Resumo Objetivos: medir prevalência de posse e avaliar preenchimento da Caderneta da Gestante (CG) por ocasião do parto em Rio Grande, RS. Métodos: estudo transversal incluindo todas as puérperas residentes nesse município em 2007, 2010, 2013 e 2016. As mães foram entrevistadas nas duas únicas maternidades locais em até 48 horas após o parto. As informações da CG foram copiadas em formulário padrão. Na comparação de proporções utilizou-se teste qui-quadrado. Resultados: participaram deste estudo 10.242 parturientes. Destas, 54,8% (IC95%=53,8%-55,7%) portavam CG ao hospitalizar. O padrão de preenchimento da caderneta pode ser dividido em três grupos: com pelo menos 95%: data da última consulta, altura materna e verificação da pressão arterial, altura uterina, batimento cardiofetal e fator Rh; com 85% ou mais: data da última menstruação, exame qualitativo de urina, testagem para VDRL e HIV e com menos de 30%: realização de exame clinico das mamas e citopatológico de colo uterino. No setor privado, a posse da CG foi 41% menor em relação ao setor público (62% versus 44%). Conclusões: a utilização da CG e seu preenchimento para diversos itens estão aquém do esperado. Gestores locais precisam atuar junto aos profissionais de saúde, e estes junto às mães para o uso pleno desse documento essencial à saúde materno-infantil.
Abstract Objectives: to measure the prevalence of acquiring and evaluating the level of completion of the pregnant women's medical booklet on the occasion of childbirth in Rio Grande, Brazil. Methods: this is a cross-sectional study including all puerperals residing in this municipality in 2007, 2010, 2013 and 2016. The mothers were interviewed at the only two local maternities up to 48 hours after childbirth. The data from the pregnant woman’s medical booklet were copied on a standard form. The chi-square test was used to compare proportions. Results: 10,242 pregnant women were included in this study. Of these, 54.8% (CI95%=53.8%-55.7%) had their pregnant woman's medical booklet with them at the time of admission. The completion pattern of the pregnant woman's medical booklet is divided into three groups, namely: with at least 95%: date of the last consultation visit, maternal height and blood pressure verification, uterine height, cardio-fetal heart rate and the Rh factor; 85% or more: date of the last menstruation, qualitative urine test, VDRL and HIV; and less than 30%: performance of clinical breast examination and cytopathology of the uterine cervix. In the private sector, the acquisition of the pregnant woman's medical booklet was 41% lower than at the public sector (62% vs. 44%). Conclusions: the use of the pregnant woman's medical booklet and its completion were lower than expected on several items. Local managers need to work together with the health professionals and these health professionals should work with the mothers to promote the full use of this essential document for the maternal and child's health.