O principal objetivo deste artigo é chamar atenção para o ageismo e a idade como parte do sistema de preconceito e discriminação no Brasil. Embora o ageismo e a discriminação por idade sejam termos frequentemente usados como sinônimos, o ageismo refere-se essencialmente às atitudes que os indivíduos e a sociedade têm frequentemente com os demais em função da idade, enquanto a discriminação por idade descreve a situação em que a idade é o fator decisivo. Um exemplo de discriminação por idade é o empregador que decide contratar, promover, re-treinar ou aposentar/dispensar um funcionário com base somente na idade. Ainda que reparar na idade de um indivíduo não seja inerentemente ofensivo, agir por estereótipos baseados em idade é claramente um preconceito contra o indivíduo, que frequentemente não é contestado pela sociedade. O presente artigo se baseia em achados empíricos e no conhecimento acumulado sobre a discriminação do idoso, e discute as posições teóricas que ligam a discriminação etária ao ageismo. Defendemos que o ageismo e a prática de discriminação por idade no Brasil devem ser vistos como parte das múltiplas formas de discriminação sofridas pelos indivíduos. A premissa central que orienta este trabalho é de que a forma como enquadramos o ageismo e as relações intergeracionais tem um efeito significativo tanto na discriminação baseada na percepção da idade quanto no apoio a programas sociais específicos por idade. Ilustraremos descrevendo o caso do Brasil.
The main goal of this article is to call attention to ageism and age as a part of the Brazilian system of prejudice and discrimination. Although ageism and age discrimination are often used interchangeably, ageism refers essentially to the system of attitudes so often attributed by individuals and society to others by age, while age discrimination describes a situation in which age is the deciding factor. An example of age discrimination is when an employer decides to recruit, to promote, to retrain or to retire/dismiss an employee based only upon age. While noticing someone's age is not inherently offensive, acting on age-based stereotypes clearly is a prejudice against the individual that often goes unchallenged by mainstream society. This article relies on empirical findings and the cumulative knowledge on discrimination of the elderly, and discusses theoretical positions that link age discrimination with ageism. We argue that ageism and the practice of age discrimination in Brazil should be viewed as part of the multiple forms of discrimination experienced by individuals. A central assumption guiding this paper is that the way we frame ageism and intergenerational relations has a significant effect on both perceived age discrimination and support for age-based social programs and it will be illustrated for the Brazilian case.
El objetivo principal de este artículo es llamar la atención sobre el edadismo y la edad como parte de un sistema de prejuicio y discriminación en Brasil. A pesar de que el edadismo y la discriminación por edad sean términos frecuentemente usados como sinónimos, el edadismo se refiere esencialmente a las actitudes que los individuos y la sociedad tiene frecuentemente con los demás en función de la edad, mientras que la discriminación por edad describe un contexto en el que la edad es el factor decisivo. Un ejemplo de discriminación por edad es un empleador que decide contratar, promocionar, reciclar o jubilar/prescindir de un funcionario en base solo a la edad. Pese a que fijarse en la edad de un individuo no sea inherentemente ofensivo, actuar por estereotipos basados en la edad es claramente un prejuicio contra el individuo, que muy a menudo no es rebatido por la sociedad. El presente artículo se basa en hallazgos empíricos y en el conocimiento acumulado sobre la discriminación al anciano, además de discutir las posiciones teóricas que relacionan la discriminación por franja de edad al edadismo. Defendemos que el edadismo, como práctica de discriminación por edad en Brasil, debe ser visto como parte de las múltiples formas de discriminación sufridas por los individuos. La premisa central que orienta este trabajo es que la forma en la que encuadremos el edadismo y las relaciones intergeneracionales tiene un efecto significativo, tanto en la discriminación basada en la percepción de la edad, como en el apoyo a programas sociales específicos por edad. Ilustraremos mientras describimos el caso de Brasil.