RESUMO O isolamento social decorrente da pandemia de COVID-19 alterou os hábitos da população e levantou questões relacionadas à saúde, por exemplo, a dor lombar. Este estudo teve por objetivo avaliar a prevalência e o risco de cronicidade de dor lombar em universitários durante o isolamento social. Para isso, foi utilizado um questionário on-line. O instrumento STarT Back Screening Tool (SBST) foi utilizado para verificar a dor lombar. Os fatores investigados foram: dados sociodemográficos, informações sobre dor e informações sobre comportamento sedentário e atividade física. Utilizou-se o teste de qui-quadrado para heterogeneidade de proporções. A análise ajustada foi realizada mediante regressão de Poisson com variância robusta. A amostra foi composta por 208 estudantes. Verificou-se que universitários com companheiro apresentaram duas vezes mais chance de dor (RP=2,07; IC95%) em comparação aos solteiros. A prevalência de dor lombar foi de 48,1%; sendo 87% maior nas mulheres (RP=1,87; IC95%: 1,09-3,21; p=0,027) quando comparadas aos homens. Universitários com comportamento sedentário apresentaram uma probabilidade 35% maior de ter dor lombar (RP=1,36; IC95%: 1,02-1,81; p=0,038); e obesos 42% (RP=1,42; IC95%: 1,04-1,94; p=0,032). O risco de cronicidade foi baixo em 82% da amostra. A dor lombar esteve presente na vida de muitas pessoas durante o isolamento social imposto pela COVID-19. Trata-se de um problema comum, limitante, e que deve ser considerado e tratado como prioridade em saúde e pesquisa.
ABSTRACT The social isolation resulting from the COVID-19 pandemic has changed the population’s habits and raised health-related issues, such as low back pain. This study aimed to evaluate the prevalence and risk of chronic low back pain in university students during the social isolation of COVID-19. We used an online questionnaire, the STarT Back Screening Tool (SBST), to check for low back pain. The factors investigated: sociodemographic data, pain, sedentary behavior, and physical activity. For proportion heterogeneity, we used the chi-square test. The adjusted analysis used Poisson regression with robust variance. A total of 208 students participated in the sample. University students with a partner were twice as likely to have pain (PR=2.07; 95%CI). The prevalence of low back pain was 48.1%; 87% (PR=1.87; 95%CI: 1.09-3.21; p=0.027) higher in women. University students with obesity were 42% more likely to have low back pain (PR=1.42; 95%CI: 1.04-1.94; p=0.032); and with sedentary behavior were 35% more likely to have low back pain (PR=1.36; 95%CI: 1.02-1.81; p=0.038). In total, 82% of the sample presented low risk of chronicity. Many people presented low back pain during the social isolation imposed by COVID-19. This is a common, limiting problem that must be considered and treated as a health and research priority.
RESUMEN El aislamiento social derivado de la pandemia del COVID-19 ha cambiado los hábitos de la población y planteado problemas relacionados con la salud, como el dolor lumbar. Este estudio tuvo como objetivo evaluar la prevalencia y el riesgo de dolor lumbar crónico en estudiantes universitarios durante el aislamiento social. Para ello, se utilizó un cuestionario en línea. Se utilizó la herramienta STarT Back Screening Tool (SBST) para detectar el dolor lumbar. Los factores investigados fueron: datos sociodemográficos, información sobre el dolor e información sobre sedentarismo y actividad física. Se utilizó la prueba de chi-cuadrado para la heterogeneidad de proporciones. El análisis ajustado se realizó mediante la regresión de Poisson con varianza robusta. La muestra estuvo conformada por 208 estudiantes. Se encontró que los estudiantes universitarios con pareja tenían el doble de probabilidades de tener dolor (RP=2,07; IC95%) en comparación con los estudiantes solteros. La prevalencia de dolor lumbar fue de 48,1%; siendo un 87% mayor en mujeres (RP=1,87; IC95%: 1,09-3,21; p=0,027) en comparación con los hombres. Los universitarios con comportamiento sedentario tenían un 35% más de probabilidad de tener dolor lumbar (RP=1,36; IC95%: 1,02-1,81; p=0,038); y obesos 42% (RP=1,42; IC95%: 1,04-1,94; p=0,032). El riesgo de cronicidad fue bajo en el 82% de la muestra. El dolor lumbar estuvo presente en la vida de muchas personas durante el aislamiento social provocado por el COVID-19. Es un problema común, limitante, que debe ser considerado y tratado como una prioridad en salud e investigación.