OBJETIVO: Analisar a associação entre relato de doenças crônicas com comportamentos de risco e auto-avaliação da saúde, segundo o gênero. MÉTODOS: Foram incluídos 39.821 participantes com idade >30 anos do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) realizado em 27 capitais brasileiras em 2006. A variável dependente foi construída pelo relato de diagnóstico médico de diabetes, hipertensão e infarto e/ou acidente vascular cerebral. Os indivíduos foram agrupados segundo ausência de doença, uma doença crônica, e mais de uma. A associação dessa variável com comportamento de risco (composto por: fumar, consumir carnes com gordura e leite integral, não realizar atividade física regular no lazer, não consumir frutas e hortaliças regularmente e adicionar sal à refeição pronta), auto-avaliação da saúde, indicadores de saúde e sociodemográficos foi investigada por regressão logística multinomial segundo o sexo, tendo como referência a ausência de doença. RESULTADOS: O relato de uma e mais de uma doença crônica foi maior entre homens e mulheres mais velhos e com menor escolaridade, com IMC>30kg/m², e que faziam dieta. Observou-se relação inversa entre número de comportamentos de risco e relato de duas ou mais doenças (OR=0,64; IC 95%: 0,54;0,76 entre homens) e (OR=0,86; IC 95%: 0,77;0,97 entre mulheres). Homens (OR=33,61; IC 95%: 15,70;71,93) e mulheres (OR=13,02; IC 95%: 6,86;24,73) que auto-avaliaram a saúde como ruim relataram mais doenças crônicas. Não houve interação estatística entre auto-avaliação da saúde e sexo. CONCLUSÕES: Associação inversa entre número de comportamentos de risco e relato de duas ou mais doenças crônicas sugere causalidade reversa e/ou maior sobrevivência dos que se cuidam melhor. Homens parecem perceber sua saúde pior que as mulheres na presença de doença crônica, após ajustamento por fatores de confusão.
OBJECTIVE: To analyze the association between chronic diseases and health risk behaviors and self-perceived health status by gender. METHODS: A total of 39.821 adults (30+ years old) who participated in the system Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL - Telephone-Based Surveillance of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases) carried out in 27 Brazilian capitals in 2006 were included in the study. The dependent variable was medical diagnosis reporting of diabetes, hypertension and myocardial infarct or stroke. Respondents were grouped into three categories: no disease; one chronic disease; and two or more. The associations between the dependent variable and sociodemographic characteristics, behavioral risk factors (smoking, consumption of fatty meat and whole milk, leisure-time physical inactivity, low fruit and vegetable intake and intake of added salt) and self-perceived health status were assessed in men and women using multinomial logistic regression. RESULTS: Chronic disease reporting was higher among older men and women with lower schooling, BMI>30kg/m² and who were on a diet. There was an inverse association between number of risk behaviors and two or more chronic diseases (OR: 0.64; 95% CI: 0.54;0.76 among men and OR: 0.86; 95% CI: 0.77;0.97 among women). Those men (OR: 33.61; 95% CI: 15.70;71.93) and women (OR: 13.02; 95% CI: 6.86;24.73) who self-perceived their health as poor reported more chronic diseases. There was no statistical interaction between self-perceived health status and gender. CONCLUSIONS: An inverse association between number of risk behaviors and reporting of two or more chronic diseases suggests a reverse causality and/or higher survival rates among those who take better care of themselves. Men seem to have poorer perception of their health status compared to women, after adjustment for confounders.
OBJETIVO: Analizar la asociación entre relato de enfermedades crónicas con comportamientos de riesgo y auto-evaluación de la salud, según el género. MÉTODOS: Fueron incluidos 39.821 participantes con edad >30 años del Sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección para Enfermedades Crónicas por Pesquisa Telefónica (VIGITEL) realizado en 27 capitales brasileras en 2006. La variable dependiente fue construida por el relato de diagnóstico médico de diabetes, hipertensión e infarto y/o accidente vascular cerebral. Los individuos fueron agrupados según ausencia de enfermedad, una enfermedad crónica, y más de una. La asociación de esa variable con comportamiento de riesgo (compuesto por: fumar, consumir carnes con grasa y leche integral, no realizar actividad física regular en el ocio, no consumir frutas y hortalizas regularmente y adicionar sal a la comida lista), auto-evaluación de la salud, indicadores de salud y sociodemográficos fue investigada por regresión logística multinomial según el sexo, teniendo como referencia la ausencia de enfermedad. RESULTADOS: El relato de una y más de una enfermedad crónica fue mayor entre hombres y mujeres viejos y con menor escolaridad, con IMC>30kg/m², y que hacían dieta. Se observó relación inversa entre número de comportamientos de riesgo y relato de dos o más enfermedades (OR = 0,64; IC 95%: 0,54;0,76 entre hombres) y (OR=0,86; IC 95%: 0,77;0,97 entre mujeres). Hombres (OR= 33,61; IC 95%: 15,70; 71,93) y mujeres (OR= 13,02; IC 95%: 6,86;24,73) que auto-evaluaron la salud como mala relataron más enfermedades crónicas. No hubo interacción estadística entre auto-evaluación de la salud y sexo. CONCLUSIONES: Asociación inversa entre número de comportamientos de riesgo y relato de dos o más enfermedades crónicas sugiere causalidad reversa y/o mayor sobrevivencia de los que se cuidan mejor. Hombres parecen percibir su salud peor que las mujeres en la presencia de enfermedad crónica, posterior al ajustamiento por factores de confusión.