Resumo Introdução: A Síndrome de Down (SD) é um distúrbio genético que acarreta atraso global no desenvolvimento, incluindo funções motoras, linguagem e cognitivo. O tratamento fisioterapêutico é indicado desde o nascimento, visando estimular a aquisição de habilidades motoras. Quanto mais precoce for o tratamento, mais beneficiada poderá ser a criança, pois a plasticidade neural tem sua maior intensidade nos primeiros meses de vida. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar o perfil do atendimento fisioterapêutico às crianças com SD, nos primeiros três anos de idade, em instituições especializadas. Métodos: Tratou-se de um estudo qualitativo, sendo a coleta de dados realizada a partir de entrevistas semi-estruturadas, com 11 fisioterapeutas que atuavam em cidades do litoral paulista e da região metropolitana de São Paulo. Resultados: Os resultados indicam que, apesar da maioria dos profissionais utilizarem a internet como meio para atualização e terem cursos de especialização nem sempre na área de neuropediatria, sentiam-se seguros para trabalhar na área logo após a graduação, utilizando os princípios do Conceito Bobath para nortear o tratamento, caracterizado por terapias de 30 minutos com frequência de uma a duas vezes por semana. Conclusão: Esses dados devem servir como base para a reflexão dos pais, que devem buscar conhecer quais são as experiências dos fisioterapeutas que atenderão seus filhos, e das instituições especializadas, que devem incentivar os profissionais na busca de uma especialização adequada, visando melhor qualidade e aproveitamento terapêutico.
Abstract Introduction: Down Syndrome (DS) is a genetic disorder that causes global delay in development, including motor function, language and cognitive. Physiotherapy is offered from birth in order to stimulate the acquisition of motor skills. Early intervention presents most benefits, as neural plasticity is at its peak in the first months of life. Objective: This study aimed to investigate the profile of physiotherapy intervention for children with DS during their first three years in specialized institutions. Methods: Data for this qualitative study were collected through semi-structured interviews, with 11 physiotherapists who worked in São Paulo coastal and metropolitan areas. Results: Results indicate that, although most professionals use the internet as a means to being up-to-date, and doing specialized courses, not always in pediatric neurology, they felt safe to work in the area shortly after graduation, using the principles of Bobath Concept, characterized by 30-minute therapies, with a frequency of once to twice per week to guide treatment. Conclusion: Data should serve as a basis for parents' reflections, who must seek to know the experience of therapists who attend to their children, as well as institutions to encourage professionals to update their knowledge and search for appropriate expertise, in order to optimize therapy.