OBJETIVOS: A proposta deste trabalho é investigar o perfil socioeconômico, o motivo de estudar medicina, a opção por especialidade e residência médica e a preferência em trabalhar como profissional liberal ou assalariado entre os estudantes de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). MÉTODO: Durante o ano de 1997, realizou-se estudo comparativo entre os estudantes de medicina da UFMG do 5º período, iniciando o ciclo clínico, e aqueles do internato, terminando o ciclo clínico. Como instrumento foi utilizado um questionário distribuído a todos alunos das duas turmas. RESULTADOS: Houve grande semelhança entre os estudantes de 5º período e os do internato. Em torno de 50% dos estudantes eram do sexo feminino, mais da metade procedeu da capital do Estado, em Belo Horizonte, nasceu em família pequena com menos de três filhos, foi aprovada no primeiro vestibular e o pai cursou escola superior. A renda familiar situou-se entre 10 e 50 salários em 2/3 dos casos. Estes dados são compatíveis com a origem de classe média alta, embora em aproximadamente 12% a renda familiar foi inferior a 10 salários. A grande maioria estudou medicina por vocação ou altruísmo (80%), raramente por questões de mercado (<5%). Houve grande preferência pela medicina como profissão liberal (98%), mas em torno de 80% aceitaria o emprego público como alternativa. Quase todos (98%) pretendiam fazer residência médica e se tornar especialistas, poucos (<20%) indicaram entre estas as especialidades de área geral, como clínica médica, gineco-obstetrícia, pediatria e cirurgia. CONCLUSÃO: O estudo mostrou perfil socioeconômico relativamente elevado do estudante de medicina da UFMG e preferência pela prática especializada da medicina.
OBJECTIVE: this study was made with the medical students of the "Universidade Federal de Minas Gerais" (UFMG), to get their social economic profile, and their reasons for studying medicine, choosing the specialty, doing medical residence, and showing preferences for being a liberal professional or a salaried employee. METHODS: In 1997, a study was made comparing UFMG's medical students beginning their clinical practice (5th semester) and those medical students during the internship in the last term of clinical practice. Both groups were given questionnaires for evaluation. RESULTS: The results were similar for both groups and showed that women constituted almost 50% of the students and about 50% of them were from Belo Horizonte, the State capital of Minas Gerais, Brazil, and from small families with less than three children, and whose parents held a college degree. These students passed the college entrance exams on their first try. Two thirds of their families had income of about 10 to 50 Brazilian minimum wages, and approximately 12% of the families had an income of less than 10 minimum wages. The majority of the students decided to study medicine for altruism or vocational reason; very few (<5%) chose to study medicine for financial reasons. Almost all students (98%) preferred a liberal medical practice; however 80% would accept civil-service employment as an alternative. Nearly all of them (98%) chose to do medical residence to specialize. Most students would prefer to be specialists and only less than 20% would prefer to do general practice in areas such as adult and pediatric clinic, gynecology-obstetric and general surgery. CONCLUSION:. This study shows that medical students from UFMG have an elite social economic profile and a preference for specialized medical practice.