Exercício pode ser definido como um "estressor normal" estimulando as funções corpóreas. Alguns trabalhos sugerem o lactato como estimulador da secreção de cortisol , enquanto que a creatinina varia em função da quantidade de tecido muscular. No presente estudo é investigada a relação entre creatinina, lactato e cortisol séricos em cavalos em treinamento. Vinte e três potras Puro Sangue Inglês foram utilizadas, divididas em 3 grupos de acordo com a idade e protocolo de treinamento: G1, 1-2 anos de idade (n=7) mantidas a pasto, G2, 2-3 anos (n=9) começando a ser montadas e G3, 3-4 anos (n=7) competindo no Jockey Club. Amostras de sangue foram colhidas semanalmente durante 6 meses próximo às 13 h, enquanto os animais descansavam. O cortisol foi quantificado através de kits comerciais (Coat-a Count®) e a creatinina sérica e o lactato foram avaliados através de um auto-analyzer, usando reagentes comerciais. Os resultados foram avaliados utilizando testes estatísticos não-paramétricos com nível de significância P<0,05. As concentrações de cortisol foram 149ª + 7, 126b + 6, e 101c + 5 nmol/l, as concentrações de lactato foram 2,1ª + 0,1, 2,0ª + 0,1, e 1,75b + 0,1 mmol/l, e as concentrações de creatinina foram 125ª + 2, 132ª + 2 145b + 3 mimol/l nos grupos G1, G2 e G3, respectivamente. Somente o G2 apresentou uma pequena, mas significante correlação positiva do cortisol com o lactato e correlação negativa do cortisol com a concentração de creatinina. Foi possível concluir que o cortisol, lactato e a creatinina variaram em função da idade e do condicionamento físico. A diminuição do cortisol observada nos animais do G2, reflete o melhor condicionamento físico adquirido durante o treinamento, que pode ser inferido através do aumento da concentração de creatinina, relacionada a quantidade de massa muscular. A diminuição do cortisol observada nos animais do G3 pode também ser conseqüência do aumento da massa muscular em função do condicionamento, que repercutiu no aumento da creatinina, ou mudanças nos tipos de fibras musculares durante o treinamento.
Exercise can be defined as "normal stress" stimulating body functions. Some reports suggest lactate as a stimulator of cortisol levels, while creatinine varies according to the amount of muscle tissue. In the present study we investigated the relationship between creatinine, serum lactate concentration and cortisol levels in training horses. Twenty-three Thoroughbred fillies were used, divided into 3 groups according to age and training protocol: G1, 1-2 years of age (N=7) on pasture, G2, 2-3 years (N=9) starting to be mounted, and G3, 3-4 years (N=7) racing at the Jockey Club. Blood samples were collected weekly during a six-month period at about 1:00 p.m. while the animals were resting. Cortisol was quantified with a commercial kit (Coat-a Count®) and serum creatinine and lactate were evaluated with an autoanalyzer with commercial reagents. Data were evaluated using non-parametric statistical tests, with the level of significance set at P< 0.05. Cortisol concentrations were 149ª + 7, 126b + 6, and 101c + 5 nmol/l, lactate concentrations were 2.1ª + 0.1, 2.0ª + 0.1, and 1.75b + 0.1 mmol/l, and creatinine concentrations were 125ª + 2, 132ª + 2 145b + 3 mumol/l in G1, G2 and G3, respectively. Only G2 showed a low but significant positive correlation of cortisol with lactate and a negative correlation of cortisol with creatinine levels. It was possible to conclude that cortisol, lactate and creatinine varied during horse aging and physical conditioning. The decrease of cortisol concentration (G2) suggests that the better physical condition acquired during training led to the increase of creatinine concentration, possibly related to muscle mass. The lower cortisol and lactate concentrations observed in G3 animals may have been due to greater muscle mass inducing an increase in creatinine concentrations or changes in muscle fiber type during training.