OBJETIVO: Identificar variáveis associadas a internações sensíveis ao cuidado primário. MÉTODOS: Inquérito de morbidade hospitalar realizado com amostra aleatória de 660 pacientes internados em enfermarias de clínica médica e cirúrgica de hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde, em Montes Claros, MG, de 2007 a 2008. Foram realizadas entrevistas com os pacientes e seus familiares utilizando formulário próprio e pesquisa aos prontuários. A definição das condições consideradas sensíveis ao cuidado primário baseou-se na lista do Ministério da Saúde. A associação entre variáveis socioeconômicas e de saúde com as internações sensíveis foi analisada utilizando-se análises bivariadas e de regressão logística múltipla. RESULTADOS: O percentual de internações sensíveis ao cuidado primário no grupo estudado foi de 38,8% (n=256). As variáveis que se mantiveram estatisticamente associadas com as condições sensíveis ao cuidado primário foram: internação prévia (OR=1,62; IC 95%: 1,51;2,28), visitas regulares a unidades de saúde (OR=2,20; IC 95%: 1,44;3,36), baixa escolaridade (OR=1,50; IC 95%: 1,02;2,20), controle de saúde não realizado por equipe de saúde da família (OR=2,48; IC 95%: 1,64;3,74), internação solicitada por médicos que não atuam na equipe de saúde da família (OR=2,25; IC 95%: 1,03;4,94) e idade igual ou superior a 60 anos (OR=2,12; IC 95%: 1,45;3,09). CONCLUSÕES: As variáveis associadas às internações sensíveis são sobretudo próprias do paciente, como idade, escolaridade e internações prévias, mas o controle regular da saúde fora da Estratégia de Saúde da Família duplica a probabilidade de internação.
OBJECTIVE: To identify variables associated with hospitalizations sensitive to primary care. METHODS: A hospital morbidity survey was conducted using a random sample of 660 patients hospitalized in clinical and surgical wards of hospitals that had service agreements with the Brazilian National Health System (SUS), in the municipality of Montes Claros, Southeastern Brazil, between 2007 and 2008. Interviews were held with patients and members of their families using a specific form, and the patients' medical files were investigated. The definition of conditions considered sensitive to primary care was based on the Ministry of Health's list. Associations shown by socioeconomic and health variables in relation to hospitalizations sensitive to primary care were analyzed using bivariate and multiple logistic regression analyses. RESULTS: The percentage of hospitalizations sensitive to primary care in the study group was 38.8% (n = 256). The variables that remained statistically associated with conditions considered sensitive to primary care were: previous hospitalization (OR = 1.62; 95% CI: 1.51;2.28); regular visits to healthcare units (OR = 2.20; 95% CI: 1.44;3.36); low schooling level (OR = 1.50; 95% CI: 1.02;2.20); health checks not performed by the family health team (OR = 2.48; 95% CI: 1.64;3.74); hospitalization requested by physicians who were not part of the family health team (OR = 2.25; 95% CI: 1.03;4.94); and age greater than or equal to 60 years (OR = 2.12; 95% CI: 1.45;3.09). CONCLUSIONS: The variables associated with hospitalizations sensitive to primary care are particularly those relating to patients, such as age, schooling level and previous hospitalization, but regular health checks outside of the Family Health Strategy doubled the likelihood of hospitalization.
RESUMEN OBJETIVO: Identificar variables asociadas a internaciones sensibles al cuidado primario. MÉTODOS: Pesquisa de morbilidad hospitalaria realizada con muestra aleatoria de 660 pacientes internados en enfermerías de clínica médica y quirúrgica de hospitales conveniados con el Sistema Único de Salud, en Montes Claros, Sureste de Brasil, de 2007 a 2008. Fueron realizadas entrevistas con los pacientes y sus familiares utilizando formulario propio y pesquisa a los prontuarios. La definición de las condiciones consideradas sensibles al cuidado primario se basó en la lista del Ministerio de la Salud de Brasil. La asociación entre variables socioeconómicas y de salud con las internaciones sensibles fue analizada utilizándose análisis bivariados y de regresión logística múltiple. RESULTADOS: El porcentaje de internaciones sensibles al cuidado primario en el grupo estudiado fue de 38,8% (n=256). Las variables que se mantuvieron estadísticamente asociadas con las condiciones sensibles al cuidado primario fueron: internación previa (OR=1,62; IC 95%: 1,51;2,28), visitas regulares a unidades de salud (OR=2,20; IC 95%: 1,44;3,36), baja escolaridad (OR=1,50; IC 95%: 1,02;2,20), control de salud no realizado por equipo de salud de la familia (OR=2,48; IC 95%; 1,64;3,74), internación solicitada por médicos que no actúan en el equipo de salud de la familia (OR=2,25; IC 95%: 1,03;4,94) y edad igual o superior a 60 años (OR=2,12; IC 95%: 1,45;3,09). CONCLUSIONES: Las variables asociadas a las internaciones sensibles son sobretodo propias del paciente, como edad, escolaridad e internaciones previas, pero el control regular de la salud fuera de la Estrategia de Salud de la Familia duplica la probabilidad de internación.