Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira cresce o número de pessoas com idade superior a 70 anos que necessitam de operação cardíaca. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram avaliados, retrospectivamente, 75 pacientes com idade 3 a 70 anos submetidos a operação cardíaca no HC-UFPR, entre 1995 e 1999, com objetivo de analisarmos os resultados imediatos e tardios. A idade variou de 70 a 88 anos, sendo 34 (46,7%) do sexo feminino e 41 (53,3%) do masculino. Os principais sintomas foram angina (81,3%), dispnéia (42,6%) e síncope (16%). Os pacientes encontravam-se em classe I (57,3%), classe II (17,3%), classe III (18,6%) e classe IV (6,6%) da NYHA, 61,3% eram hipertensos, 48% tabagistas, 28% diabéticos e 9,3% haviam sido submetidos a operação cardíaca prévia. Foram realizadas 50 (66,6%) revascularizações do miocárdio, 9 (12%) trocas de valva aórtica, 5 (6,6%) operações de aorta, 4 (5,2%) trocas valvares + revascularização miocárdica e outros procedimentos (7%). As principais complicações pós-operatórias foram cardiovasculares: arritmias ventriculares (22,6%), arritmias supraventriculares (21,3%), baixo débito cardíaco (16%); infecciosas (16%) e pulmonares (9,3%). O tempo médio de permanência na UTI foi de 5 dias. RESULTADOS: A mortalidade hospitalar foi de 13,3% e houve 5 óbitos tardios. Dos sobreviventes, 78,4% compareceram para seguimento ambulatorial. O tempo médio de seguimento foi de 20,7 meses e a sobrevida foi de 92%; um dos óbitos tardios foi de origem cardiovascular. CONCLUSÃO: Apesar de serem pacientes de maior complexidade clínica pela maior incidência de doenças crônicas e acometimento de outros órgãos, os avanços na cirurgia cardíaca e terapia intensiva tornaram possível a intervenção com baixa morbi-mortalidade.
BACKGROUND: Because of the increase in the life expectancy of the Brazilian population, elderly patients are being increasingly referred to cardiac surgery. MATERIAL AND METHODS: Seventy-five patients, 70 years of age or older, who underwent cardiac surgery in the HC-UFPR, between 1995 and 1999 were studied. The purpose of this study was to analyze early and long-term results. Ages from 70 to 88 years, with 34 females (46.7%) and 41 males (53.3%). Symptoms included angina (81.3%), dyspnea (42.6%) and syncope (16%). There was 57.3% of patients in NYHA class I, 17.3% in class II, 18.6% in class III and 6.6% in class IV. The main risk factors listed were high blood pressure (61.3%), smoke (48%), diabetes mellitus (28%) and 9.3% had already had cardiac operations. Surgical procedures included 50 coronary artery bypass grafts - CABG (66.6%), 9 aortic valve replacements (12%), 5 aortic operations (6.6%), 4 CABG + valve replacement (5.2%) and other procedures (7%). The main postoperative complications were cardiovascular - ventricular arrhythmias (22.6%), supraventricular arrhythmias (21.3%), low cardiac output (16%) - infections (16%) and pulmonary problems (9.3%). The median stay in the ICU was 5 days. RESULTS: Sixty-five (78.4%) survivors had complete follow-up. The mean follow-up time was 20.7 months and long-term survival was 92%. Only one of the late deaths was cardiac related. CONCLUSION: Although this subgroup is associated with chronic diseases compromising other organs, advances in cardiac surgery and intensive care have made possible an intervention with safety and low morbidity and mortality.