Neste artigo, analisamos o movimento de um grupo de Ação Solidária denominado Associação Brasileira de Expostos ao Amianto do Rio de Janeiro (ABREA/RJ). Privilegiamos a fala e o ponto de vista dos próprios trabalhadores sobre o movimento, com base no enfoque dos estudos qualitativos e da investigação participativa. Sob a égide do método da educação popular, realizamos reuniões de grupo pautadas na colaboração entre trabalhadores e pesquisadores, o que se mostrou uma estratégia pedagógica facilitadora da reconstrução dos vínculos de solidariedade e da promoção da saúde. Desenvolvemos o argumento de que as práticas de educação em saúde, relativas ao mundo do trabalho, exigem socialização das informações e do conhecimento científico, aliadas a uma ação política integrada que potencialize transformações a favor de uma cidadania plena no trabalho. Outrossim, sustentamos o caráter imprescindível de alguns elementos para a concretização, a contento, de uma práxis educativa em saúde dos trabalhadores, a saber: participação, diálogo, solidariedade e aliança entre trabalhadores e pesquisadores. Por fim, enfatizamos o valor das redes - nas esferas nacional e internacional - de apoio aos trabalhadores no fortalecimento do movimento de banimento do amianto, como também o fato de o próprio trabalho ser um importante ativador da organização de luta pela saúde.
In this article we analyze the movement of a solidarity action group named Brazilian Association of the Exposed to Asbestos of Rio de Janeiro (ABREA/RJ). We focused on the workers' discourse and point of view about this movement, based on the perspective of qualitative studies and participatory investigation. Making use of the methodology of popular education, we have held group meetings based on the collaboration between workers and researchers, which turned out to be a good pedagogical strategy that helped in the reconstruction of solidarity bonds and health promotion. We have developed the argument that the health education practices related to the working world demand socialization of information and of scientific knowledge, together with an integrated political action that enables transformations in favor of a full citizenship in the work context. In order to make this happen we also advocate the indispensable presence of some elements, like participation, dialogue, solidarity and alliance between workers and researchers. Finally, we emphasize the importance of the national and international supporting nets to workers in order to strengthen the movement to proscribe asbestos, as well as the fact that the work itself can be a valuable element that triggers the organization of the struggle for health.