RESUMO Introdução A depressão entre estudantes de Medicina tem sido uma condição prevalente, porém as pesquisas têm sido metodologicamente insuficientes quanto à análise dos fatores de risco envolvidos e ao tratamento dessa população. Objetivos Determinar a prevalência de sintomas depressivos e de seus fatores de risco, assim como do uso de antidepressivos na amostra analisada. Método Para o screening de sintomas depressivos, foi aplicado o Inventário de Depressão de Beck (BDI), e para a adesão medicamentosa, o teste de Morisky-Green-Levine. O teste exato de Fisher unicaudado foi utilizado para variáveis qualitativas e, para as quantitativas, o teste one-way Anova com análise post-hoc pelo teste de Tukey-Kramer. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Resultados Mostraram-se estatisticamente significativas as associações entre sintomas depressivos e frequência de atividades de lazer, estresse, satisfação com o desempenho acadêmico e falta de apoio emocional. Não mostraram associação com sintomas depressivos as seguintes variáveis: sexo, viver sozinho, parceiro fixo, álcool, tabagismo, drogas ilícitas e série do curso . A satisfação com o desempenho acadêmico e o alto grau de estresse não apresentaram significância estatística ao serem relacionados com as séries do curso. Conclusão As prevalências de sintomas depressivos nos acadêmicos de Medicina da UEPG e da utilização de medicamentos antidepressivos vão ao encontro dos dados referentes a acadêmicos de Medicina de outras instituições brasileiras e internacionais. Apresentam-se como fatores de risco para os transtornos depressivos a frequência das atividades de lazer, o estresse, a satisfação com o desempenho acadêmico e a falta de apoio emocional no ambiente acadêmico. A prevalência de depressão a partir da quarta série tendeu a aumentar, e apenas a sexta série diferiu de modo estatisticamente significativo em relação às demais quanto às médias do escore BDI, o que sugere a hipótese de que o final do curso de Medicina é o período que apresenta maior quantidade de fatores estressores e depressivos para o acadêmico.
ABSTRACT Introduction Depression among medical students is particularly prevalent, however studies on risk factors and treatment for this group have proved to be methodologically insufficient as the results were not consistent. Aims To determine the prevalence of depressive symptoms, their risk factors, and the use of antidepressants among medical students. Methods Participants answered the Beck’s Inventory (BDI) for detecting depressive symptoms and the Morisky-Green-Levine test to evaluate medication adherence. A one-tailed Fisher’s exact test was performed on qualitative variables, with a one-way Anova test performed on quantitative variables with post-hoc analysis by means of Tukey-Kramer’s test. Differences were considered to be statistically significant when p < 0.05. Results Associations between depressive disorders and the following factors were considered statistically significant: frequency of leisure activities, stress, satisfaction with academic performance, and lack of emotional support. Gender, living alone, steady partner, use of alcohol, smoking tobacco, use of illicit drugs, and Medical school’s grade did not show association with depressive disorders. Satisfaction with academic performance and high level of stress were not statistically significant when they were correlated to Medical school’s grade. Conclusion The prevalence of depression and also use of antidepressants is similar to the results recorded by other studies on medical students performed by Brazilian and international institutions. The following items were considered to be risk factors on the development of depressive disorders: frequency of leisure activities, stress, satisfaction with academic performance, and lack of emotional support in the academic environment. From the fourth grade to the sixth grade, the prevalence of depression seemed to increase and just the sixth grade was statistically significant when compared to other grades through averages of BDI score. It suggests the hypothesis that the end of Medical course is the period of time where there are more stressful and depressive factors for the student.