Resumo Este trabalho procura realizar um diálogo entre o pensamento do filósofo e educador brasileiro Dermeval Saviani e os estudos sobre a educação em museus e centros de ciências. Primeiramente, investigamos o desenvolvimento histórico dessas instituições para, em seguida, analisarmos, nas obras de Saviani, menções às formas não escolares de educação. A partir dos textos do educador brasileiro, e considerando os diferentes sentidos que a literatura confere às expressões educação informal e educação não formal, propõe-se que as modalidades de educação sejam situadas entre as categorias sistematizada / assistemática e escolar / não escolar. Assim, compreendendo-se a educação museal como uma modalidade de educação não escolar que vem se sistematizando, e a especificidade dos museus frente aos conceitos de conhecimento e cultura, são comentadas algumas possibilidades para que tais instituições colaborem para a democratização do saber, complementando e valorizando a educação científica escolar. Em acordo com a concepção crítica de Saviani, considera-se que os museus e centros de ciências, no estabelecimento de ações educativas, possam contribuir para a elevação da qualidade do ensino de ciências, estabelecendo uma relação comunicativa entre os saberes museais e os saberes escolares. Dessa maneira, não se dissolvem nem a especificidade da instituição museal enquanto guardiã do patrimônio da humanidade, nem a especificidade da escola enquanto transmissora da cultura para as novas gerações.
Abstract This work aims to conduct a dialogue between the thoughts of Brazilian philosopher and educator Dermeval Saviani and studies about education in science museums and centers. Firstly, we investigate the historical development of these institutions, and then analyze mentions to non-school forms of education in Saviani’s works. Based on the writings of this Brazilian educator, and considering the different meanings that the literature assigns to informal education and non-formal education, we propose to situate education modalities between the systematized/unsystematic and school/non-school categories. Thus, by understanding museum education as a modality of non-school education that is becoming systematized, and the specificity of museums concerning the concepts of knowledge and culture, we comment on some possibilities for these institutions to collaborate in making knowledge democratic, thus complementing and valuing school science education. In line with Saviani’s critical position, we consider that, as science museums and centers establish education actions, they could contribute to improve the quality of science teaching by establishing a communicative relationship between museum knowledge and school knowledge. Thus, the specificity of the museum institution as the guardian of human heritage is not dissolved, nor is the specificity of school as the transmitter of culture to new generations.