RESUMO: Este texto procurou contribuir com o debate contemporâneo a respeito dos modelos de gestão da educação pública, apresentando dados empíricos e análises sobre a política recente de atendimento à demanda escolar do governo estadual de São Paulo. Demonstra que, embora reflexos da redução da fecundidade em coortes da população em idade de escolarização obrigatória possam ser observados, as matrículas nas escolas públicas estaduais tendem à estabilidade, não havendo retração de procura que justifique o fechamento de ciclos e unidades escolares pretendidos pela reorganização escolar proposta em 2015 e suspensa após protestos estudantis. Reúne, também, evidências de que a lógica que presidiu a reorganização continua vigente na gestão da demanda. A análise da evolução do tamanho das turmas entre 2015 e 2016 revela aumento do número de alunos por classe em todas as etapas da educação básica, em contradição com diretrizes do Conselho Nacional de Educação e em detrimento das condições de ensino e aprendizagem reivindicadas por estudantes e educadores.
ABSTRACT: This article aimed to contribute towards the contemporary debate regarding management models for public education. It presents empirical data and analysis regarding recent policies for attending the demand for schooling of the São Paulo State government administration. It demonstrates that, although one can observe reflexes of the fertility reduction in cohorts of the obligatory school-age population, enrollment in state public schools tends to be stable, with no retraction that would justify the closing of schooling cycles or units, which is the intention of the schooling reorganization proposed in 2015 that was suspended after students’ protests. It also gathers evidences that the logic that directed the reorganization continues to hold good regarding demand management. The analysis of the evolution of how the sizes of the classes are distributed from 2015 to 2016 reveals, in all the stages, the increasing number of students per class in contradiction to the directives of the National Council for Education and in detriment to the conditions for teaching and learning warranted by students and educators.
RÉSUMÉ: L’article vise à contribuer au débat contemporain sur des modèles de gestion pour l’éducation publique. Il présente des données empiriques et des analyses concernant les récentes politiques pour assister à la demande d’enseignement de l’administration du gouvernement de l’état de São Paulo. Il démontre que, bien que l’on peut observer les réflexes de la réduction de la fécondité dans des cohortes de la population en âge scolaire obligatoire, le nombre d’inscriptions dans les écoles publiques de l’état tendent à être stables, sans retrait ayant été observé qui justifierait la fermeture des cycles de scolarité ou d’unités d’enseignement, ce qui est l’intention de la réorganisation de l’enseignement proposée en 2015 qui a été suspendue après les protestations des étudiants. Il rassemble également des preuves que la logique qui a dirigé la réorganisation continue en vigueur à la gestion de la nouvelle demande. L’analyse de l’évolution de la façon dont les tailles des classes ont été distribuées entre 2015 et 2016 révèle, dans toutes les étapes, l’augmentation du nombre d’élèves par classe en contradiction avec les directives du Conseil national pour l’éducation et au détriment des conditions d’enseignement et d’apprentissage réclamés par les étudiants et les éducateurs.