A cultura da macieira no Brasil iniciou seu desenvolvimento comercial na década de 70, sendo que até esta data foram poucos os plantios comerciais, representando menos de 100 ha. Com a iniciativa de alguns produtores pioneiros, incentivos fiscais que permitiam aplicar parte do Imposto de Renda na implantação de pomares e pelo apoio dos governos estaduais com projetos de desenvolvimento, a cultura da macieira teve grande impulso a partir da década de 80. Destaca-se que, na década de 70, o Brasil dependia de importações, representando na época mais de 100 milhões de dólares. Nessa década, produzíamos 13.263 t, passando para 183.299 t e 857.615 t na década de 80 e 90, respectivamente. Atualmente, o Brasil conta com uma área em torno de 37.000 ha, com 3.450 produtores, sendo que, na safra de 2009/2010, foram colhidas 1.253 mil toneladas. Desde 1994, o Brasil passou a exportador de maçãs, sendo que, a partir do ano de 2000,as exportações vêm superando as importações. A cultura da macieira é uma importante fonte de geração de emprego, com três empregos diretos e indiretos por ha, o que representa mais de 100 mil empregos na cadeia produtiva da maçã. Estes avanços devem-se a importantes tecnologias que foram introduzidas ao longo dos anos, que também permitiram um aumento de qualidade e produtividade por unidade de área, onde, na década de 70 e 80, era inferior a 15t e atualmente está próxima de 40 t/ha, com alguns pomares produzindo acima de 50 t/ha. A evolução ocorreu com as cultivares, com os primeiros plantios realizados com as cultivares Golden Delicious, Starkrimson, Blackjon, entre outras, as quais logo foram substituídas por 'Gala" e 'Fuji, e, na década de 90, plantando-se os clones destas cultivares com melhor coloração vermelha dos frutos. Grande evolução ocorreu com a qualidade do material vegetativo em que porta-enxerto e copas estavam infectados com viroses. A introdução de material livre de vírus propiciou aumento na produtividade, permitindo também a utilização de porta-enxertos ananizantes, com plantios em alta densidade. No início dos plantios de macieira, eram plantadas de 500 a 800 plantas por ha, sendo que atualmente são utilizadas 2.500 a 3.000 plantas em média por ha. Como a região produtora de maçã no Sul do Brasil não tem o frio suficiente para atender às necessidades para a saída da dormência, tecnologias foram desenvolvidas para a indução de brotação e floração, permitindo estabilidade na produção. Afora estas tecnologias, devem ser ressaltados os avanços nos sistemas de condução e poda, manejo de colheita, raleio químico, polinização, controle fitossanitário e conservação e armazenagem da fruta, sendo que esta última permitiu o abastecimento do mercado nos 12 meses do ano com fruta de ótima qualidade. A maçã foi pioneira na implantação do sistema de produção integrada, sendo a primeira fruta brasileira a ser certificada neste sistema.
The boom of the commercial apple production in Brazil was set by the '70s, since up to this date there were few commercial orchards, representing less than 100ha. By the initiative of some pioneer growers, and the fiscal incentive that allowed investing part of the income tax on orchard implantation and the support of state governments to developing projects, the apple culture had and expressive boost from the '80s. In the '70s, Brazil depended on importations, what represented at that time more than 100million dollars. The production was approximately 13,263ton and reached 183,299ton and 857,615ton in the '80s and '90s, respectively. Recently, Brazil has reached an producing area of around 37,000ha with 3450 growers, and in 2009/2010 it was harvested 1,253 thousand tons of apples. Since 1994, Brazil became an apple exporter, and after 2000 exportations have beaten importations. The apple sector is an important source of employment generation with three direct and indirect jobs per hectare, representing more than 100 thousand employment in the apple productive chain. These advances are due to important technologies that were introduced throughout the years, which also let an increase of quality and yield per unit of area; in the '70s and '80s yield was inferior to 15ton/ha and nowadays is near to 40ton/ha, although some areas produce above 50ton/ha. Evolution also occurred with the cultivars. The first plantings were based on the cultivars Golden Delicious, Starkrimson, Blackjon, etc. These cultivars were progressively being substitute by 'Gala' and 'Fuji', and from the '90s clones that produce redder fruits of both cultivars were planted. Greater progress occurred to the quality of the vegetative material, since rootstocks and scions were virus-contaminated. The introduction of free-virus material led to an increase in yield and to the use of dwarfing rootstocks in high density orchards. The first apple orchards were performed with 500 to 800 trees per hectare; currently, orchard density consists of 2500 to 3000 trees per hectare. As the apple producing region in the South of Brazil has no adequate chilling to attempt the requirements to release dormancy, technologies were developed to induce bud burst and blooming, and consequently no alternate bearing. Besides these technologies, it must be highlighted the advances in the training systems and pruning, harvest management, chemical thinning, pollination, phytosanitary control and fruit conservation and storage. Moreover, the latter permitted the market supplying for twelve months of the year with high quality fruits. Apple was the pioneer fruit in the implantation of the integrated production system and the first Brazilian fruit to be certified in this system.