ABSTRACT Objectives: To understand the pattern of snakebite envenomation, the objective was to describe accidents and deaths by snake genus, age group, sex, race/ethnicity, education level, place of residence and occurrence, seasonality, vegetation cover, and to identify spatial clusters with a higher risk of accidents in the state of São Paulo. Methods: A descriptive study using data from the Notifiable Diseases Information System (SINAN) on snakebite accidents between 2010 and 2022. The Getis-Ord Gi* index was applied to identify high- and low-risk clusters. Results: Bothropic accidents predominated (61.5%), affecting men (78.7%), whites (64.7%), adults aged 20-59 years (67.1%), and individuals with low education levels (63.4%). Most accidents occurred in urban areas (55.7%), while deaths were more frequent in rural areas (68.1%), with longer treatment delays. Incidence remained stable, increasing during hot and rainy periods. Many cases were not autochthonous, and vegetation type influenced accident patterns: Bothrops in dense and humid areas, Crotalus in dry and open regions, and Micrurus in both. Spatial analysis highlighted areas of higher and lower risk, varying by accident type. Conclusions: Identifying the most affected population, seasonality, and high-risk areas provides essential support for preventive actions and effective management. The findings can guide efforts towards vulnerable populations, anticipate preventive strategies during high-incidence periods, and optimize resources, such as professional training and antivenom serum distribution in high-risk regions.
RESUMO Objetivos: Para compreender o padrão do ofidismo, o objetivo foi descrever os acidentes e óbitos por gênero de serpente, faixa etária, sexo, raça/cor, escolaridade, local de residência e ocorrência, sazonalidade e cobertura vegetal e identificar aglomerados espaciais com maior risco para acidentes no estado de São Paulo. Métodos: Estudo descritivo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sobre acidentes ofídicos entre 2010 e 2022. Índice de Getis e Ord (Gi*) utilizados para a identificação de aglomerados de alto e baixo risco. Resultados: Acidentes botrópicos predominaram (61,5%), afetando homens (78,7%), brancos (64,7%), adultos entre 20 e 59 anos (67,1%) e pessoas com baixa escolaridade (63,4%). A maioria dos acidentes ocorreu em zonas urbanas (55,7%), enquanto óbitos foram mais frequentes em áreas rurais (68,1%), com maior atraso no atendimento. A incidência permaneceu estável, aumentando em períodos quentes e chuvosos. Muitos casos não foram autóctones, e o tipo de vegetação influenciou o padrão de acidentes: Bothrops em áreas densas e úmidas, Crotalus em regiões secas e abertas e Micrurus em ambas. A análise espacial destacou áreas de maior e menor risco, variando conforme o tipo de acidente. Conclusões: A identificação da população mais afetada, da sazonalidade e das áreas de maior risco fornece subsídios essenciais para ações preventivas e de manejo eficaz. Os achados podem orientar esforços para populações vulneráveis, antecipar estratégias preventivas em períodos de maior incidência e otimizar recursos, como a capacitação de profissionais e a distribuição de soros antiveneno nas regiões de maior risco.