Abstract It is evaluated how the German-American historian Peter Gay (1923-2015) appropriated Psychoanalysis in History. To this end, we probe how objects (in this case, the unconscious), theories (specifically, the Oedipus complex), methods (regression, free association and the analysis of dreams, lapses and jokes) and the narrative forms (“case histories”) employed by Freud in the clinic and in the criticism of culture were re-signified in Gay’s historiographical practice, mainly in his works published from the 1980s onwards, period in which his intellectual project is consolidated. It is concluded that the psychoanalytic contribution made it possible for the historian, in addition to reviewing the role played by the bourgeoisie in the last three centuries, to expand the thematic, theoretical, methodological and aesthetic horizon of the discipline.
Resumo Avalia-se como o historiador teuto-americano Peter Gay (1923-2015) se apropriou da Psicanálise na História. Com esse intuito, sonda-se como os objetos (no caso, o inconsciente), as teorias (especificamente a do complexo de Édipo), os métodos (a regressão, a associação livre e a análise de sonhos, de lapsos e de chistes) e as formas narrativas (“histórias de casos”) empregadas por Freud na clínica e na crítica da cultura foram ressignificadas na prática historiográfica de Gay, principalmente em suas obras publicadas a partir dos anos de 1980, período em que se consolida o seu projeto intelectual. Conclui-se que o aporte psicanalítico possibilitou ao historiador, além de revisar o papel desempenhado pela burguesia nos últimos três séculos, ampliar o horizonte temático, teórico, metodológico e estético da disciplina.