ResumoObjetivou-se caracterizar os tipos de violência doméstica infantil e as estratégias de intervenção no município de Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2008 a 2012, por meio da análise dos prontuários de atendimento do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Foram identificados 210 prontuários, e todas as informações neles contidas foram consideradas para traçar o perfil dos envolvidos, a caracterização da violência e as intervenções adotadas. Foram realizadas análises descritivas de frequência dos dados levantados. Os resultados apontam que a violência sexual, a violência física e a negligência foram as mais reportadas, representando 29,0% do total de prontuários analisados. Os agressores, em sua maioria, eram do sexo masculino e na faixa etária de 31 a 40 anos, e as vítimas, majoritariamente do sexo feminino e na faixa dos 14 aos 18 anos. As condições socioeconômicas das famílias eram precárias, sendo que muitas (24,3%) viviam com renda de até um salário mínimo. Como medidas de intervenção, as vítimas foram encaminhadas para psicoterapia individual (23,3%), e o agressor, para atendimento psicossocial (28,7%). Conclui-se que, ao se conhecer esse tipo de violência no município, o delineamento das ações eficazes de prevenção e de assistência às vítimas pode ser estruturado.
This study aimed to characterize the types of child abuse and interventional strategies in the municipality of Volta Redonda, Rio de Janeiro state, through the analysis of patient records from the Specialized Reference Center for Social Care - CREAS, between 2008 and 2012. Two hundred-ten records were identified and all information contained therein was considered to trace the profile of the subjects involved, the characterization of violence, and the interventions adopted. A descriptive analysis of frequency of data collected was performed. The results show that sexual abuse, physical abuse, and neglect were the types of violence most often reported, altogether representing 29.0% of the records analyzed. The offenders were mostly male, aged 31-40 years and the victims were mostly female, aged 14-18 years. The socioeconomic condition of the families was poor, with many of them (24.3%) living on an income of up to the minimum wage. As interventional measures, the victims were referred to individual psychotherapy (23.3%) and the offenders were referred to psychosocial services (28.7%). We conclude that, through the knowledge of such abuse in the municipality, the design of effective prevention and victim assistance programs can be structured.