Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa sobre a prática gerencial em hospitais públicos - hospitais gerais com emergência do Município do Rio de Janeiro, Brasil -, desenvolvida mediante a perspectiva psicossociológica de análise das organizações. Em um universo de 12 hospitais, 8 foram incluídos no estudo, realizado entre julho de 2003 e abril de 2004. A investigação, desenvolvida pela narrativa dos diretores de hospitais, identificou três modalidades de prática gerencial. Em uma primeira, vislumbram-se processos de mudança, ganhando destaque elementos simbólicos e imaginários envolvidos na construção de uma visão de futuro dos hospitais. Uma segunda modalidade de prática pauta-se por projetos específicos que se tornam objeto de investimento da gestão. Um terceiro modelo, dominante na investigação, estaria marcado pela luta para fazer funcionar o hospital, tendo como motor o imaginário da urgência. A ação contínua se impõe, não havendo brechas para a reflexão. A crise dos hospitais públicos no Rio de Janeiro foi levando a um contexto de "guerra" e de generalização do modelo da urgência.
This article discusses management practices in public hospitals (general hospitals with emergency services) in the city of Rio de Janeiro, Brazil, based on a psychosociological approach to organizational analysis. Of the 12 existing hospitals, 8 were included in the current study, conducted from July 2003 to April 2004. The research, drawing on hospital directors' narratives, identified three management models. The first focuses on processes of change, highlighting symbolic and imaginative elements for building a vision of the future for the hospitals. The second concentrates on specific projects, which absorbs all the management efforts. A third pattern (predominant in the study) is marked by the struggle to keep the hospital working, with the image of urgency as the driving force. The imposition of continuous action leaves no room for reflection. The crisis in Rio de Janeiro's public hospitals has led to a "wartime" environment and thus the dissemination of the urgency-based model.