Resumo A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é um modo de vida que nos dá a oportunidade de repensar a produção agrícola e, assim, proporciona uma compreensão divergente da domesticação humana das plantas. Na literatura sobre a mandioca, sua evolução tem sido reconhecida como um processo de domesticação, o controle de uma espécie biológica pelo homem ou “o paradigma da excepcionalidade humana”. Neste artigo, buscamos formas possíveis de contar uma outra história sobre a mandioca e seus companheiros humanos e não humanos: um testemunho parcial e modesto entre tantas possibilidades entre os mundos biológico e antropológico. Argumentamos que o modelo de domesticação é apenas um modo particular de contar a história e estabelecer relações com a mandioca. Para contrastar, vemos a possibilidade de abrir nossas mentes para proliferar outra história, para descrever a relação humanos-mandioca como uma relação íntima, um enredamento em que todos os viventes são agentes e, ao mesmo tempo, objetos de ação. A mandioca é um corpo em movimento, crescendo e se desenvolvendo na formação de paisagens multiespécies. Entendemos essa relação íntima, como explica Donna Haraway, como uma história simpoiética, um processo de “tornar-se-com” que ocorre no fluir da vida. Manihot Crantz assim plantas humana. . humana” artigo antropológico contrastar humanosmandioca íntima tempo ação movimento multiespécies Haraway simpoiética tornarsecom tornar “tornar-se-com
Abstract Manioc (Manihot esculenta Crantz) is a way of life that gives us the opportunity to rethink agricultural production and thus provides a divergent understanding of the human domestication of plants. In the traditional literature about manioc, its evolution has been recognized as a process of domestication, the control of a biological species by humans or through “the paradigm of human exceptionalism.” In this paper we seek possible ways to tell another story about manioc and its human and non-human companions: a partial and modest testimony among many possibilities found between the biological and anthropological worlds. We argue that the domestication model is only a particular Western mode of telling the story and forming relations with maniocs. To contrast this we see the possibility of opening our minds to another story, to describe the human-manioc relation as an intimate relationship in which all elements are agents, and simultaneously objects of action. Maniocs are bodies-in-movement, growing and developing in the formation of multi-species landscapes. We understand this intimate relationship, as Donna Haraway explains, as a sympoietic story, a process of “becoming-with” that occurs in the flow of life. Manihot Crantz plants exceptionalism. exceptionalism nonhuman non companions worlds maniocs humanmanioc agents action bodiesinmovement, bodiesinmovement bodies movement, movement bodies-in-movement multispecies multi landscapes explains becomingwith becoming “becoming-with