Este trabalho multicêntrico reúne a experiência de 28 equipes brasileiras em vídeo-cirurgia colorretal. No período de 1992 a 2007 foram operados 5259 pacientes, sendo excluídos 515 (9,8%) doentes devido a dados incompletos. Foram avaliados 4744 pacientes, sendo 1994 homens (41,4%) e 2750 mulheres (58,6%), cuja idade variou de 1 a 94 anos (média de 57,5 anos). Doenças benignas foram diagnosticadas em 2355 pacientes (49,6%). A maioria das afecções (50,7%) localizava-se no cólon esquerdo e sigmóide, 28,2% no reto e 0,3% no canal anal, 8,0% no cólon direito e 7,0% difusa. Ocorreram 29 óbitos (1,6%). Foram operados 2389 (50,4%) pacientes portados de tumores malignos, estando localizados no reto em 48,5%, cólon esquerdo e sigmóide 30,7%, cólon direito 16%, cólon transverso 3,2% e canal anal 0,6%. Os tipos histológicos foram 2347 (98%) adenocarcinomas, 30 (0,6%) carcinomas espinocelulares e outros tipos histológicos em 12 (0,2%) pacientes. A recidiva global foi de 15,3%. Houve 180 (3,8%) complicações intra-operatórias, sendo as mais comuns lesões vasculares de cavidade e lesões de alças intestinais, com incidência de 1%. Foram relatadas 261 (5,5 %) conversões para laparotomia, sendo a causa mais comum a dificuldade técnica em 1,4%. Complicações pós-operatórias foram registradas em 683 (14,5 %). Em período médio de 52 meses de seguimento houve 19 (0,8%) recidivas no local de inserção de trocártes. Não houve recidiva parietal em incisão utilizada para retirada da peça. CONCLUSÕES: 1) Nos últimos anos, a experiência brasileira em vídeo-cirurgia colorretal teve aumento expressivo; 2) As indicações operatórias para câncer e doenças benignas foram semelhantes, sendo que a doença diverticular representou 40 % das doenças benignas tratadas; 3) Os índices de morbi-mortalidade foram baixos e semelhantes aos relatados na literatura; 4) Os resultados oncológicos avaliados demonstram que as ressecções laparoscópicas determinam índices de recidiva parietal semelhantes aos encontrados em operações convencionais.
This multicentric registry reports the experience of 28 Brazilian surgical teams specialized in laparoscopic colorectal surgery. Between 1992 and 2007, 4744 patients (1994 men - 42% and 2751 women - 58%) were operated on, with ages ranging from 1 to 94 years (average 57,5 years). Benign diseases were diagnosed in 2356 patients (49,6%). Most diseases (50,7%) were located in the left and sigmoid colon, 28,2% in the rectum and 0,3% anal canal, 8,0% in the right colon and difuse 7,0%. There were 181 (3,8%) intraoperative complications (0% to 14%). There were reported 261 (5,5 %) convertions to laparotomy (0 to 16,5%), that were also more common during the early experience (n=119 -59,8%). Postoperative complications were registered in 683 (14,5 %) patients (5,0% to 50,%). Mortality occurred in 43 patients (0,8%). Two thousand, three hundred and eight nine (50,4%) malignant tumors were operated on, and histological classification showed 2347 (98%) adenocarcinomas, 30 (0,6%) spinocellular carcinomas and 12 (0,2%) other histological types. Overall tumor recurrence rate was15,3%, the majority of which (68%) diagnosed during the first 2 years of follow-up. After an average follow-up of 52 months, there were reported 19 (0,8%) parietal recurrences, eighteeng of which in port sites and one in a patient with disseminated disease. There was no incisional recurrence in the ports used to withdraw the pathologic specimen. CONCLUSIONS: 1) There was an expressive increase in the Brazilian experience during the last years; 2) Operative indications for benign and malignant diseases were similar, and diverticular disease of the colon represented 40% of the benign ones; 3) Complication and mortality rates were low and comparable to those reported in literature; 4) Oncological outcome are satisfactory and the incidence of parietal recurrence is acceptable and similar to that observed in conventional surgery.