O estudo buscou examinar se a aposentadoria está associada a maior satisfação com a vida e se a associação difere de acordo com gênero e tipo de ocupação. Trata-se de uma análise transversal de 13.645 servidores públicos, entre ativos e aposentados, avaliados na segunda visita da coorte Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil, 2012-2014). Foram excluídos os aposentados por motivo de saúde. As variáveis independentes eram: (1) situação ocupacional atual (não aposentado, aposentado); (2) engajamento em trabalho depois da aposentadoria (não aposentado, aposentado e trabalhando, aposentado e não trabalhando); (3) tempo desde a aposentadoria (não aposentado, > 0-3, > 3-8, > 8-15, > 15 anos). A satisfação com a vida foi obtida com a Escala de Satisfação com a Vida. As associações foram estimadas por regressão linear multivariada. Depois de ajustar para indicadores sociodemográficos e de saúde, a satisfação com a vida era mais alta entre aposentados (β = 0,50, IC95%: 0,32; 0,68) comparados com os não aposentados. Os aposentados que não estavam trabalhando (β = 0,56, IC95%: 0,33; 0,78) pareciam mais satisfeitos que aqueles que estavam trabalhando (β = 0,46, IC95%: 0,26; 0,66) e os não aposentados. A satisfação com a vida era maior entre aqueles que estavam aposentados: > 0-3 anos (β = 0,57, IC95%: 0,33; 0,81), > 8-15 anos (β = 0,66, IC95%: 0,34; 0,98) e > 15 anos (β = 0,51, IC95%: 0,27; 0,74), comparados aos ativos. Essas associações não foram modificadas por gênero ou tipo de ocupação. Nesta coorte brasileira, servidores públicos aposentados de instituições de ensino e pesquisa pareciam mais satisfeitos com a vida em comparação com os servidores ativos. Os resultados sugerem que a satisfação com a vida pode variar de acordo com o tempo desde a aposentadoria e se o indivíduo continua trabalhando depois, embora as associações se sobreponham.
This study aimed to examine whether retirement is associated with greater life satisfaction and if this association differs by sex and type of work. This is a cross-sectional analysis of 13,645 active and retired civil servants, attending to the second visit of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health cohort (ELSA-Brasil, 2012-2014). Retirees due to disability were excluded. The explanatory variables were: (1) current occupational status (not retired, retired); (2) work engagement after retirement (not retired, retired and working, retired and not working); (3) time since retirement (not retired, > 0-3, > 3-8, > 8-15, > 15 years). Life satisfaction was obtained from the Satisfaction With Life Scale. Associations were estimated by multiple linear regression. After considering sociodemographic and health indicators, life satisfaction was higher for retired individuals (β = 0.50, 95%CI: 0.32; 0.68) than not retired. Retirees who were not working (β = 0.56, 95%CI: 0.33; 0.78) seemed to be more satisfied than those working (β = 0.46, 95%CI: 0.26; 0.66). Life satisfaction was greater among those who retired: > 0-3 years (β = 0.57, 95%CI: 0.33; 0.81), > 8-15 years (β = 0.66, 95%CI: 0.34; 0.98), and > 15 years (β = 0.51, 95%CI: 0.27; 0.74) as compared to active workers. These associations were not modified by gender or type of work. In this Brazilian cohort, retired civil servants from teaching and research institutions seemed to be more satisfied with their lives than active individuals. Results suggest that life satisfaction may vary with time after retirement and whether individuals keep working afterwards, although the variations overlap.
El objetivo del estudio fue examinar si la jubilación está asociada con una satisfacción vital mayor y si esta asociación difiere por sexo, así como naturaleza de la ocupación. Se trata de un análisis transversal con 13.645 empleados públicos activos y jubilados, que participaron en la consulta 2 de la cohorte Estudio Longitudinal de Salud de Adultos (ELSA-Brasil, 2012-2014). Se excluyeron a jubilados que tuvieran problemas de salud. Las variables explicativas fueron: (1) estatus ocupacional actual (no jubilado, jubilado); (2) compromisos laborales tras la jubilación (no jubilado, jubilado y trabajando, jubilado y no trabajando); (3) tiempo desde la jubilación (no jubilado, > 0-3, > 3-8, > 8-15, > 15 años). La satisfacción vital procede de la Escala de Satisfacción con la Vida. Las asociaciones se estimaron mediante una regresión lineal múltiple. Tras considerar indicadores sociodemográficos y de salud, satisfacción vital fue mayor para los jubilados (β = 0,50, 95%CI: 0,32; 0,68) que para los no jubilados. Los jubilados que no estaban trabajando (β = 0,56, 95%CI: 0,33; 0,78) parecieron más satisfechos que los que estaban trabajando (β = 0,46, 95%CI: 0,26; 0,66), así como que quienes no estaban jubilados. La satisfacción vital fue mayor entre quienes se jubilaron: > 0-3 años (β = 0,57, 95%CI: 0,33; 0,81), > 8-15 años (β = 0,66, 95%CI: 0,34; 0,98), y > 15 años (β = 0,51, 95%CI: 0,27; 0,74) si se compara con trabajadores activos. Estas asociaciones no fueron modificadas por género o naturaleza ocupacional. En esta cohorte brasileña, los empleados públicos retirados de la enseñanza e instituciones de investigación parecían más satisfechos con sus vidas que las personas activas. Los resultados sugieren que la satisfacción vital puede variar con el tiempo tras la jubilación, así como en las personas que siguen trabajando después, a pesar de las dimensiones producidas por la superposición de asociaciones.