Resumo: Membracídeos são insetos fitófagos que apresentam diferentes tipos de comportamento, o que requer um protocolo específico para uma coleta rápida e eficiente. Este artigo avalia quais os melhores métodos para amostragem desses insetos em áreas de Floresta Atlântica. O protocolo foi aplicado em quatro áreas de Floresta Atlântica na Paraíba e envolveu uma equipe de quatro pessoas, ao custo de U$180 por área. Contém 100 unidades amostrais subdividas em 30 cartões adesivos amarelos no dossel, e 30 no estrato inferior, 30 coletas ativas e 10 armadilhas luminosas. No total foram amostrados 2.678 espécimes pertencentes a 91 espécies. As maiores abundâncias e valores de riqueza foram obtidos usando a coleta ativa (N = 1.517; S = 42) e os cartões do dossel (N = 345; S = 53). Todos os métodos apresentaram alta complementaridade, com mais da metade das espécies (S = 50; 54,35%) registradas exclusivamente por apenas um dos métodos aplicados. A análise de similaridade mostrou que a coleta ativa difere significativamente de todos os outros métodos (R = 0,10; p = 0,0001), e que os cartões adesivos no dossel diferem da coleta no estrato inferior (p = 0,0001), enquanto os outros pares de métodos não apresentaram diferenças significativas. Em todas as áreas, a coleta ativa, os cartões adesivos no dossel e no estrato inferior, respectivamente, foram os que apresentaram melhor suficiência amostral, com valores de no mínimo 60% do estimado. Foi demonstrado que, para inventariar membracídeos em áreas de Floresta Atlântica, é necessário um protocolo que combine diferentes métodos de coleta, o que à priori, demanda mais tempo e custo. Contudo, vale ressaltar que é possível ajustar este protocolo de acordo com a necessidade do pesquisador. Indicamos que para um levantamento mais rápido e que contemple o maior número de espécies, o ideal é utilizar uma combinação de coleta ativa e armadilha luminosa.
Abstract: Membracidae are phytophagous insects that present different types of behavior, requiring a specific protocol for fast and efficient collection. This article evaluates the best methods for sampling these insects in Atlantic Forest areas. The protocol was applied in four areas of the Atlantic Forest in Paraíba state, Brazil, and involved a team of four people at a cost of US$180 per area. Each area contained 100 sampling units subdivided into 30 yellow sticky cards in the canopy and 30 yellow sticky cards in the lower stratum, 30 active collections and 10 light traps. In total, 2,678 specimens belonging to 91 species were sampled. The highest abundance and richness values were obtained using active collection (N = 1,517; S = 42) and cards in the canopy (N = 345; S = 53). All methods exhibited high complementarity, with more than half of the species (S = 50; 54.35%) recorded exclusively by only one of the methods applied. Similarity analysis revealed that active collection differs significantly from all other methods (R = 0.10, p = 0.0001) and that the sticky cards in the canopy differ from the collection in the lower stratum (p = 0.0001), whereas the other method pairs did not exhibit significant differences. In all areas, the active collection, the sticky cards in the canopy and the lower stratum had the best sample sufficiency, with at least 60% of the estimated values. To inventory Membracidae specimens in areas of the Atlantic Forest, a protocol that combines different collection methods is required, which in principle requires more time and expense. However, it is worth noting that it is possible to adjust this protocol according to the researcher’s need. For a faster survey that includes the largest number of species, we suggest a combination of active collection and a light trap.