A regra de equivalência energética (Energetic Equivalence Rule, EER) é um assunto controverso em Ecologia. Essa regra prediz que a quantidade de energia que cada espécie usa por unidade de área é independente de seu tamanho corpóreo. Neste trabalho foi realizada uma meta-análise com o objetivo de combinar os coeficientes angulares de regressões densidade/tamanho do corpo em estudos independentes realizados em mamíferos e aves. Esses estudos foram comparados com o coeficiente esperado pela EER (b = -0,75) utilizando 50.000 valores obtidos por meio da técnica de bootstrap. Os coeficientes combinados para mamíferos e aves foram iguais a -0,755 e -0,321, respectivamente. A hipótese de homogeneidade desses coeficientes, ou seja, dentro de cada grupo taxonômico os coeficientes variam apenas ao acaso devido a erros de amostragens, foi rejeitada. Desse modo, a adoção da EER é de fato uma simplificação não justificada devido à heterogeneidade existente, que implica problemas de estimativa nos coeficientes em função de variação na amplitude do tamanho do corpo, escala espacial utilizada para estimar a densidade, modelo de regressão utilizado e relações filogenéticas entre as espécies. Assim, a questão para os próximos estudos na relação densidade/tamanho do corpo é, ainda, a própria validade de estimativa dessa relação e não a maneira de combinar os coeficientes de modo a testar uma hipótese ecológica geral, que poderia ser resolvida utilizando os procedimentos meta-analíticos.
The Energetic Equivalence Rule (EER) is a controversial issue in ecology. This rule states that the amount of energy that each species uses per unit of area is independent of its body size. Here, we perform a meta-analytical procedure to combine and compare the slopes of population density and body size relationships across independent studies of mammals and birds. We then compared a distribution of 50,000 bootstrap combined slopes with the expected slope (b = -0.75) under the EER. The combined slopes obtained for mammals and birds separately were -0.755 and -0.321, respectively. The homogeneity hypothesis (i. e. within studies the slopes differ by no more than would be expected due sampling variation) was rejected in both cases. So, EER cannot be supported since the use of an exponent of -0.75 is, in fact, an oversimplification. Significant heterogeneity of slopes within each group (mammals and birds) is an indicator of inferential problems related with variation in body size, spatial scale, the regression model adopted and phylogenetic relationships among species. So, we consider that questions regarding the estimation and validity of slopes is the next challenge of density-body size relationship studies.