As quedas em idosos resultam em uma enorme carga epidemiológica, clínica e econômica nesta faixa etária no mundo inteiro, com alto risco de incapacitação grave. O estudo teve como objetivo estimar a prevalência de quedas e fatores associados entre idosos brasileiros, através de uma revisão sistemática com meta-análise. Foram realizadas buscas nas bases de dados SciELO, PubMed, LILACS, Web of Science, Scopus e PsycINFO, sem restrição de idioma ou ano de publicação. Foram incluídos estudos sobre idosos de ambos os sexos com 60 anos ou mais, residindo na comunidade, com amostras de ≥ 300 participantes em cada estudo. Os critérios de exclusão foram estudos realizados especificamente em idosos diagnosticados com doenças crônicas incapacitantes que predispõem a quedas. O risco de viés dos estudos incluídos foi avaliado com uma ferramenta de avaliação crítica focada em desenhos de prevalência. Foi utilizada uma meta-análise de efeitos aleatórios para combinar as prevalências de quedas entre estudos. A análise exploratória foi realizada pela investigação das estimativas de subgrupos, razões de prevalência e meta-regressão. Foram incluídos 37 estudos, com um total de 58.597 participantes. A prevalência de quedas nos últimos 12 meses foi de 27% (IC95%: 24,3-30,0), com estimativas significativamente mais altas em mulheres (RP = 1,57; IC95%: 1,32-1,86), na faixa etária ≥ 80 anos comparado com 60-69 anos (RP = 1,46; IC95%: 1,15-1,84) e em idosos da Região Centro-oeste, comparado com os da Região Sul (RP = 1,36; IC95%: 1,10-1,69). O tamanho do risco de viés não impactou a heterogeneidade na meta-análise de 12 meses. Essas estimativas apoiam fortemente as intervenções públicas baseadas em evidências para prevenir quedas em idosos, especialmente nas mulheres e nos idosos mais velhos.
Falls determine huge epidemiological, clinical, and economic burden in the older population worldwide, presenting high odds of severe disability. The present study aimed to estimate the prevalence of falls and associated factors in older Brazilians using a systematic review with meta-analysis. Searches were performed in SciELO, PubMed, LILACS, Web of Science, Scopus and PsycINFO databases with no date or language restrictions. Studies on community-dwelling older persons aged ≥ 60 years from both sexes and with a sample size of ≥ 300 participants included. Exclusion criteria were studies conducted specifically for older adults diagnosed with chronic disabling diseases that predispose them to falls. Risk of bias of included studies was assessed using a critical appraisal tool focusing on prevalence designs. A random-effects meta-analysis was used to pool the prevalence of falls across studies. Exploratory analysis was conducted examining subgroup estimates, prevalence ratios and meta-regression. Thirty-seven studies involving 58,597 participants were included. Twelve-month prevalence of falls was 27% (95%CI: 24.3-30.0), with significantly higher estimates in female than male (PR = 1.57; 95%CI: 1.32-1.86), in age group ≥ 80 years than age group 60-69 years (PR = 1.46; 95%CI: 1.15-1.84), and in participants from the Central region than participants from the South region (PR = 1.36; 95%CI: 1.10-1.69) of Brazil. Risk of bias scores did not impact heterogeneity in the 12-month meta-analysis. These estimates strongly support evidence-based public interventions to prevent falls in older Brazilians, especially in women and the oldest-old population.
En todo el mundo, las caídas representan una carga grande epidemiológica, clínica, y económicamente en la población mayor, presentando altas tasas de discapacidad severa. El objetivo de este estudio fue estimar la prevalencia de las caídas y los factores asociados en ancianos brasileños, usando una revisión sistemática con metaanálisis. Las búsquedas se realizaron en bases de datos como: SciELO, PubMed, LILACS, Web of Science, Scopus y PsycINFO sin restricciones de fecha o lengua. Se incluyeron estudios sobre ancianos residentes en comunidades con una edad ≥ 60 años de ambos sexos y con un tamaño de la muestra de ≥ 300 participantes. Los criterios de exclusión fueron estudios dirigidos específicamente a adultos mayores, diagnosticados con enfermedades crónicas incapacitantes que les predisponen a caídas. El riesgo de sesgo en los estudios incluidos fue evaluado usando una herramienta de evaluación crítica, centrándose en los diseños de prevalencia. Se utilizó un metaanálisis de efectos aleatorios para agrupar la prevalencia de caídas a través de estos estudios. Se realizó un análisis exploratorio, examinando estimaciones de subgrupos, tasas de prevalencia y meta-regresión. Se incluyeron treinta y siete estudios, implicando a 58.597 participantes. En doce meses la prevalencia de caídas fue 27% (IC95%: 24,3-30,0), con estimaciones significativamente más altas en mujeres que en hombres (PR = 1,57; IC95%: 1,32-1,86), en el grupo de edad ≥ 80 años, en comparación con el grupo de edad de 60-69 años (PR = 1,46; IC95%: 1,15-1,84), y en participantes procedentes de la región centro-oeste, respecto a los participantes de la región sur (PR = 1,36; IC95%: 1,10-1,69) de Brasil. El riesgo de sesgo en los resultados no impactó la heterogeneidad en el metaanálisis de 12 meses. Estas estimaciones apoyan fuertemente las intervenciones públicas basadas en evidencias para prevenir caídas en ancianos brasileños, especialmente en mujeres y en la población más anciana.