O uso eficiente de fertilizantes requer o conhecimento de seus efeitos tanto na biomassa aérea quanto na radicular, permitindo que se identifique uma adubação adequada do ponto de vista de uma melhor partição entre ambas. A massa de raízes secas por volume de solo vem sendo utilizada, principalmente em espécies perenes, como subsídio para estimativas de biomassa radicular. Com esse objetivo, foram estudados os efeitos da adubação NPK na densidade radicular de três progênies de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth), cultivadas em um Aluvial álico (corrigido por meio de calagem) em Ubatuba, SP (clima "Cfa"), durante o ano de 1993. O delineamento foi um fatorial fracionado, composto por quatro doses crescentes de nitrogênio (0 a 400 kg/ha/ano de N), fósforo (0 a 200 kg/ha/ano de P2O5 ) e potássio (0 a 200 kg/ha/ano de K2O), em experimento integrado (progênies e adubação). As amostras foram coletadas por ocasião da primeira colheita de palmito (outubro de 1993), quando as plantas (cultivadas no espaçamento de 2 x 1 m) tinham cerca de dois anos de campo. Utilizou-se o método do trado, coletando-se, por parcela experimental, duas amostras na linha e duas na entrelinha. Houve diferenças entre genótipos (GE), com as progênies 2 e 3 apresentando, em média, maior densidade radicular que a progênie 1 (5,15 e 6,20 contra 2,61 g/dm³, respectivamente). A interação GE x PO (posição da amostra) foi significativa, sendo que para as progênies 1 e 2 a maior densidade radicular foi obtida na linha (3,30 e 6,60 g/dm³ na linha, contra 1,92 e 4,70 g/dm³ na entrelinha, respectivamente), enquanto para a 3 a ordem foi inversa (5,57 g/dm³ na linha e 6,84 g/dm³ na entrelinha). Doses crescentes de potássio (K) apresentaram efeitos lineares positivos e significativos (R² =0,93 a 0,97) na densidade radicular das três progênies, com acréscimos entre dose mínima e máxima variando de 18 a 28%. Não houve efeito significativo isolado de P, enquanto doses crescentes de N proporcionaram um efeito linear positivo e significativo, mais evidente na progênie 1 (médias de 2,26, 2,39, 2,62 e 3,16 g/dm³ para as doses 0, 100, 200 e 400 kg/ha/ano de N, respectivamente). Não houve interação estatisticamente significativa entre GE e fertilizantes aplicados (NPK), exceto para GE x N x P. Embora com respostas diferenciais de acordo com a progênie, constatou-se que a maior densidade radicular foi sempre obtida nas doses mais elevadas de N.
The efficient use of fertilizers requires a knowledge of their effects, not only on shoot biomass, but also on below-ground biomass, to identify an adequate fertilization level from the point of view of a better partition between both. Dried root mass per soil volume has been used, especially in perennial crops, as a substitute for estimates of root biomass. With this objective, the root density of three progenies of the pejibaye palm (Bactris gasipaes Kunth) was studied under a combination of four nitrogen (0 to 400 kg/ha/year of N), phosphorus (0 to 200 kg/ha/year of P2O5) and potassium (0 to 200 kg/ha/year of K2O) doses, in a field experiment. The area was located at Ubatuba, SP, Brazil, in an allic alluvial soil, corrected by liming. The samples were collected during the first heart of palm harvest (October, 1993), when the plants (cultivated in a 2 x 1 m spacing) were two years old. Samples were collected, between and within planting rows, using a root-soil auger sampler, 50 cm from the main stem and at a 0-20 cm soil depth. There were differences among genotypes (GE), with progenies 2 and 3 showing, on average, higher root densities than progeny 1 (5.15 and 6.20, against 2.61 g/dm³, respectively). The interaction GE x PO (sample position) was significant: progenies 1 and 2 showed the highest root densities within planting rows (3.30 and 6.60 g/dm³ within row, against 1.92 and 4.70 g/dm³ between rows, respectively), while progeny 3 showed an inverse order (5.57 g/dm³ in the within row, and 6.84 g/dm³ between rows). There was a positive linear response to applied potassium (R² =0.93 to 0.97), with increments between minimum and maximum doses varying from 18 to 28%. There was no isolated significant effect of P, while increasing doses of N provided a positive and significant linear effect, more evident in progeny 1 (averages of 2.26, 2.39, 2.62 and 3.16 g/dm³ for the doses 0, 100, 200 and 400 kg/ha/year of N, respectively). There was no significant interaction between GE and fertilizers (NPK), except for GE x N x P. Although the responses varied with progeny, higher root density was always found at high nitrogen doses.