Objetivo: Um grande problema nos estrabismos é garantir um resultado bom e estável de suas correções cirúrgicas. A necessidade de reoperações é relativamente alta, apesar de cuidadosos procedimentos diagnósticos, planejamento cirúrgico e execução tenham sido tomados. O resultado indesejado é devido a muitos fatores que ainda não são apropriadamente controlados. A alternativa atual é, então, compensar as consequências correspondentes. Rotações oculares são evocadas por contrações e relaxamentos musculares (forças ativas). Nesses movimentos oculares, tecidos perioculares são distendidos, mantendo parte da energia cinética, que pode ser posteriormente recuperada (forças passivas), enquanto outra parte é definitivamente perdida em fricção e deformações inelásticas (forças dissipativas). Não é conhecida a medida das forças que causam um desvio ocular pós-operatório, mas ela pode ser indiretamente determinada como função das respectivas variáveis mecânicas. A relação entre as energias cinéticas de um desvio ocular pós-operatório e de um movimento ocular persecutório normal pode ser então estimada como de cerca 10-15. Teoricamente, pode-se esperar que a adição de forças dessas magnitudes ao sistema oculomotor, continuadamente atuantes, possam prevenir os movimentos pós-operatórios indesejados. Métodos: Podem ser concebidas várias possibilidades de aumento das forças dissipativas, restritivas de rotações oculares. Uma é a de aumentar a fricção aos movimentos oculares como, por exemplo, por injeções perioculares de substâncias viscoelásticas. Outra possibilidade é oferecida por forças de campos magnéticos que podem estabilizar o olho em uma certa posição desejada, sem impedir rotações causadas por forças musculares maiores a ele aplicadas. Já se provou que tais forças podem neutralizar nistagmos, cujas magnitudes de variáveis mecânicas são muito maiores que as de um desvio ocular pós-operatório. São então discutidos alguns modelos de aplicação dessa técnica. A melhor possibilidade de prover fricção de partida e de movimento ao sistema oculomotor parece ser a de pequenos ímãs fixados á órbita e elementos ferromagnéticos dispostos sobre uma extensão adequada da esclera. Resultados: Campos magnéticos fracos não são relacionados como causa de efeitos nocivos ao olho. Além disso, as linhas de campo magnético podem ficar confinadas aos elementos do circuito sem se espalhar. De qualquer modo, esse arranjo magnético no olho e órbita pode ser perigoso em exames de imagem por ressonância magnética.
Purpose: One of the challenges in strabismus is to guarantee stability of the surgical corrections. Re-surgeries are often required even after careful diagnosis, planning, and execution. Several factors contribute to this undesired outcome and the existing management strategies are ineffective. The present alternative is to compensate for their consequences. Ocular rotations are evoked by muscular contractions and relaxations (active forces). During eye movement, periocular tissues are stretched, storing part of the kinetic energy, which may be posteriorly recovered (passive forces), whereas the remaining part of the energy is lost via friction and inelastic deformations (dissipative forces). A method for measuring the forces that cause post-surgery eye drift has not been reported. However, this may be indirectly determined as a function of the respective mechanical variables. The estimated ratio between the kinetic energies of a post-surgery eye drift and a normal pursuit eye movement is ~10-15. Theoretically, it can be expected that the addition of continuously acting forces of such magnitudes to the oculomotor system might prevent the undesired post-surgery eye movement. Methods: Several methods for increasing the restraining, dissipative forces to ocular rotations may be conceived. One method is to increase the friction to ocular movements, as for instance, by periocular injection of viscous substances. Another possibility is to use the forces of a magnetic field, which may stabilize the eye in a desired position without avoiding the rotations caused by greater muscular forces acting on it. It has been demonstrated that these forces neutralize the nystagmic movements, whose intensities of mechanical variables are much higher than those of a post-surgery eye drift. Some models of application of this technique are then discussed. Small magnets fixed to the orbit and metallic ferromagnetic elements fixed to the sclera to cover a suitable extension appears to be the best method for providing starting and sliding friction to the oculomotor system. Results: Weak magnetic fields do not cause ocular ill effects. Additionally, the magnetic field may be confined to the elements of the circuit and may not leak. However, the magnetic materials may interfere with magnetic resonance image (MRI) examinations.