Resumo:O texto está organizado em duas partes. A primeira apresenta uma perspectiva teórica para a análise ideológica e crítica da atual reforma universitária na Espanha. Argumenta-se que longe de ser uma redução a questões organizativas e pedagógicas, representa uma forma intencional de intervenção do Estado e outros agentes poderosos sobre os sistemas de ensino, sujeitando-os a uma lógica mercantilista. Neste sentido, são adotados alguns conceitos de interpretação de Stephen Ball e outros autores, tais como a cultura performativa, que relacionamos à obsessão por resultados, e os conceitos de desregulamentação, re-regulação e fabricações, que revelam uma forma de governo que, por trás de uma aparente autonomia, implica realmente um aumento da regulação, levando a novas identidades organizacionais e profissionais na universidade. Na segunda parte, uma vez descrita a metodologia, são analisados dois programas que, no contexto espanhol, podem ser considerados como um bom exemplo das medidas tomadas para garantir a qualidade da educação no Espaço do Ensino Superior Europeu. Um é o Verifica, que credencia os currículos dos cursos de graduação e de pós-graduação, e o outro é o Docentia, que avalia as competências pedagógicas dos professores. Sobre ambos, nos perguntamos, entre outras questões: Até que ponto são exemplos de uma cultura performativa? Que regulamentos e formas de governo prevalecem?
Abstract:The paper is organized in two parts. A theoretical framework for the analysis of the current Spanish university reform is presented in the first part. It is an ideological and critical analysis that tries to reveal how and why the reforms, not confined to organizational and pedagogical issues, represent an intentional form of State and other powerful agencies' intervention on educational systems, which is market-oriented. In this direction, we adopt some interpretive concepts of Stephen Ball and other authors such as the concept of performativity culture related to the obsession with the results and the concepts of deregulation, re-regulation and fabrications as peculiar forms of government that seem to have more autonomy, but they actually imply a greater regulation producing new organizational and professional identities in the university. In the second part, the theoretical framework is applied in order to describe and value two programs that, in the Spanish context, can be considered as good examples of some of the decisions aiming to guarantee the quality of education in the European Higher Education Space. The programs are the called Verifica, which accredits curricula and Graduate Degrees, and the called Docentia, which evaluates the teaching skills of university teachers. On both, we ask, among other questions: To what degree are both of them singular examples of a performativity culture? What kinds of regulation and forms of government prevail?
Resumen:El texto está organizado en dos apartados. El primero ofrece una perspectiva teórica que hace posible un análisis ideológico y crítico de la actual reforma universitaria española. Se argumenta que lejos de ser reductible tan solo a cuestiones organizativas y pedagógicas, representa una forma intencional de intervención estatal, y de otros agentes poderosos sobre los sistemas educativos, supeditándolos a una lógica mercantilista. En esa dirección, tomando algunos conceptos interpretativos de las aportaciones de Stephen Ball y otros autores, se explica la noción de cultura performativa, que relacionamos con la obsesión por los resultados, y la desregulación, re-regulación y fabricaciones en tanto que una forma de gobierno que detrás de una aparente autonomía implica realmente una sobre-regulación que conduce al cultivo de nuevas identidades organizativas y profesionales en la universidad. En el segundo, precisada la metodología, se analizan dos programas que, en el contexto español, pueden ser considerados como un buen ejemplo de las medidas adoptadas para la garantía de la calidad educativa en el Espacio Europeo de Educación Superior. Se trata del denominado Verifica, que acredita los planes de estudio de los grados y postgrados, y el denominado Docentia, que evalúa la capacidad docente de los profesores. Sobre ambos, nos preguntamos, entre otras cuestiones: ¿En qué grado muestran características propias de la cultura performativa descrita? ¿Qué regulaciones y formas de gobierno prevalecen?