Estudou-se, através de dados oficiais, a mortalidade materna no Brasil, em suas regiões geográficas e em São Paulo (Brasil). Escolheu-se o ano de 1980 por oferecer possibilidade de se trabalhar com informações sobre nascimentos verificados naquele ano, divulgados no Censo Demográfico realizado naquele ano. Verificou-se que as principais causas de óbito por causas maternas no Brasil, pela ordem, são os estados hipertensivos, as hemorragias, as infecções puerperais, seguidas do aborto. Para São Paulo, onde se dispôs do 4º digito da Classificação Internacional de Doenças, a primeira causa de óbito materno foi a eclâmpsia, a segunda as hemorragias e a terceira as infecções, quer próprias ou associadas à gravidez. Quanto à idade, pode-se observar que o menor coeficiente de mortalidade materna ocorreu na faixa etária de 20 a 29 anos, sendo um pouco maior nas idades de 15 a 19 anos e aumentando gradativamente nas idades de 30 a 39 anos e 40 a 49 anos. Cabe ressaltar que não foi possível analisar este coeficiente para as faixas de 10 a 14 anos e de 50 e mais, por falta de dados sobre nascidos vivos, porém ocorreram 18 e 4 óbitos respectivamente nestas faixas, o que mostrou que nos extremos do período reprodutivo existe contingente não desprezível de mortes maternas. Estas mulheres deveriam, pelas suas condições, merecer melhor assistência de saúde, evitando-se perdas desnecessárias de vida, principalmente as adolescentes que não são até o momento contempladas por ações de saúde nos programas ora vigentes. Ao se comparar estes dados com os de outros países pôde-se observar que a maioria dos óbitos por complicações de gravidez, parto e puerpério são evitáveis e que seria possível reduzi-los de maneira considerável por meio de melhor assistência à mulher, com a utilização de técnicas e recursos disponíveis em nosso meio.
Brazilian maternal mortality is studied on the basis of official statistics from the country's various geographical regions, including especially the State of S. Paulo (Brazil). 1980 was chosen because of the possibility of working with data from the Population Census of that year. The principal causes of death in Brazil were found to be, in the following order: hypertensive states, haemorrhage, puerperal infections and abortion. In S. Paulo, where the fourth digit of the IDC is used, the first cause of death was eclampsia. The second was haemorrhage and the third the infections, whether due to or associated with pregnancy. As for age, one observed that the lowest maternal mortality rate occurred in the 20 to 29-year-old age group, the rate for 15-19 being slightly higher and increasing gradually in the age groups 30-39 and 40-49 years of age. It must be stated that it was not possible to analyse the rates for the 10 to 14 and over 50 age groups because of the lack of data on livebirths. However, there were 18 and 4 deaths respectively in those two groups which shows that at the extreme limits of the reproductive age there exists a not inconsiderable loss of life, mainly in the case of girls (adolescents) who are not taken into consideration at the present time in the prevailing health programs. On comparing these data with those of other countries it was found that the majority of deaths are avoidable and that it should be possible to reduce the number considerably by means of better assistance to women, and by the use of the techniques and resources which are already available.