OBJETIVO: Descrever os atendimentos ambulatoriais fisioterápicos prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil quanto a sua distribuição geográfica, custos, tipos de procedimento e tipos de prestador. MÉTODOS: Foram utilizados dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), referentes ao período de 1995 a 2008, que incluíam a quantidade e o valor dos procedimentos aprovados para pagamento pelas Secretarias de Saúde e a quantidade e o valor dos procedimentos apresentados para pagamento. Os coeficientes de atendimento (CoA) foram calculados dividindo-se o número de atendimentos no ano em uma região pela população estimada no mesmo ano e região. RESULTADOS: O CoA no Brasil em 2008 foi de 0,19 e as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os menores coeficientes (0,13 e 0,10, respectivamente). Entre 1995 e 2007 houve um crescimento no coeficiente nacional de atendimentos de 33,7%, sendo que a região Norte apresentou o maior aumento, de 143,8%, a Centro-Oeste, de 62,1%, e a Nordeste, de 56,1%. O atendimento nas alterações motoras foi o procedimento mais realizado (61,8%) e os valores de pagamento aprovados foram menores que os apresentados pelos gestores dos serviços em 2008 (10,4%). Estabelecimentos privados com fins lucrativos prestaram 44,5% dos atendimentos fisioterápicos pagos pelo SUS em 2008. Os estabelecimentos municipais responderam por 26,6% dos atendimentos e os federais por apenas 0,9%. Entre 1995 e 2007, a quantidade de atendimentos oferecidos pelos estabelecimentos municipais cresceu 278,7%. CONCLUSÕES: Observou-se que a oferta de atendimento fisioterápico ambulatorial pelo SUS ainda é pequena e geograficamente desigual, embora regiões menos desenvolvidas apresentem um maior crescimento no CoA. O SUS remunera inadequadamente os serviços prestados em fisioterapia e ainda o faz, em grande parte, por meio de convênios com estabelecimentos privados.
OBJECTIVE: Describe the ambulatory physical therapy treatments provided by the Unified Health System (SUS) in Brazil with regard to their geographical distribution, costs, types of procedure, and types of provider. METHODS: Data from the SUS Information Technology Department (DATASUS) were utilized, drawing from the period from 1995 to 2008, which included the quantity and the value of the procedures approved for payment by the Secretariats of Health and the quantity and value of the procedures presented for payment. The treatment coefficients (CoA) were calculated by dividing the number of treatments in a particular year and region by the estimated population of that region in that year. RESULTS: The CoA in Brazil in 2008 was 0.19 and the North and Center-West regions presented the lowest coefficients (0.13 and 0.10, respectively). Between 1995 and 2007 there was an increase in the national treatment coefficient of 33.7%, with the North region showing the largest increase, 143.8%; the Center-West 62.1%, and the Northeast 56.1%. Treatment for motor disorders was the most widely performed procedure (61.8%), and the values of payments approved were lower than those presented by the managers of the services in 2008 (10.4%). Private for-profit establishments provided 44.5% of the physical therapy treatments paid for by the SUS in 2008. Municipal establishments accounted for 26.6% of the treatments, and federal establishments for only 0.9%. Between 1995 and 2007, the quantity of treatments offered by municipal establishments increased 278.7%. CONCLUSIONS: It was observed that the provision of ambulatory physical therapy treatment by the SUS remains small and geographically unequal, although lessdeveloped regions showed a larger increase in the CoA. The SUS remunerates inadequately the physical therapy services provided and continues to do so, in large part, by means of agreements with private establishments.