Para melhorar a alimentação do pacu (Piaracatus mesopotamicus), é necessário conhecer o nível de aproveitamento dos ingredientes utilizados em suas dietas. Neste trabalho, inicialmente, foram analisados quatro métodos de coleta de fezes, em função da precisão e da versatilidade (dissecação, extrusão, Guelph e Guelph modificado), e o tempo entre as coletas de fezes nos sistemas de Guelph, por intermédio do coeficiente de digestibilidade da proteína bruta de uma dieta-referência para o pacu. Não houve diferença entre os métodos de coleta de fezes; já os intervalos de tempo das coletas apresentaram diferenças, podendo interferir nos resultados de digestibilidade da proteína. Em uma segunda etapa, para determinação dos coeficientes de digestibilidade da proteína e da energia de cinco concentrados protéicos de origem animal, cinco de origem vegetal e quatro energéticos, foram utilizadas rações elaboradas com 69,5% de uma dieta-referência, 30% do ingrediente teste e 0,5% de Cr2O3, utilizando o método de extrusão manual para a coleta de fezes. Os valores de digestibilidade da proteína da maioria dos alimentos apresentaram-se altos e não variaram estatisticamente, de 93,89 a 75,73% para o farelo de trigo e a farinha de penas, respectivamente. Entretanto, a farinha de sangue e a levedura apresentaram valores de digestibilidade da fração protéica significativamente inferiores (57,72 e 68,86%, respectivamente). Os coeficientes de digestibilidade da energia dos alimentos variaram consideravelmente, apresentando altos valores (acima de 90%) para o sorgo, o farelo de arroz e as sojas crua e tostada, e baixos valores (menores que 70%) para as farinhas de vísceras e de sangue, os farelos de soja e de algodão e a levedura. Quanto aos métodos de coleta de fezes, conclui-se que qualquer um pode ser adotado para a determinação de digestibilidade, desde que sejam rigorosamente aplicados. De maneira geral, a maioria dos concentrados protéicos pode ser utilizada como ótimas fontes de proteína, com exceção da farinha de sangue e a levedura, enquanto os alimentos energéticos confirmaram-se como excelentes fontes de energia em dietas para o pacu.
To improve the pacu (Piaracatus mesopotamicus) feeding in the growth phase, it's necessary to know the digestibility of the ingredients used in his diets. Initially, four fecal collection methods were analyzed (dissection, stripping, Guelph and modified Guelph), based on precision and versatility and also the most efficient time among fecal collection of the Guelph sedimentation systems, through crude protein digestibility coefficient of pacu basic diet. There was no difference among the fecal collection methods while the intervals of time among the collections were significantly different, which may interfere in the protein digestibility results. In a second stage, five proteins concentrated of animal origin, five of vegetable origin and four energetic were studied for estimating protein and energy digestibility coefficients using the stripping method. The rations contained 69.5% of a reference diet, 30.0% of the ingredient test and 0.5% of Cr2O3. In a general way, crude protein digestibility coefficients were high and did not differ from the wheat meal (93.89%) and feather flour (75.73%), respectively. However, blood and yeast showed lower crude protein digestibility (57.72% and 68.86%), respectively. Gross energy digestibility coefficients varied considerably among the feedstuffs, showing high values (above 90%) for the sorghum, rice meal and raw and toasted soy and lower values (smaller than 70%) for poultry by-product and blood meal, soybean meal, cotton and yeast. However, with regard to the fecal collection methods, the results showed that anyone can be adopted with safety for digestibility determination, if used accurately. In a general way, most of protein concentrate can be used as a very good protein source, except for blood meal and the yeast. The energy concentrate revealed to be a source of energy in pacu diets.