Resumo: O crescimento do neoextrativismo como força motriz do desenvolvimento nos países latinoamericanos tem mobilizado a agenda de pesquisa das ciências sociais em todo o continente nas últimas duas décadas. No Brasil, o neoextrativismo tem sido acompanhado por processos de desregulação ambiental e violação de direitos consagrados desde a redemocratização do país. No estado de Minas Gerais, a recorrência de desastres minerários aponta para processos sociais eminentemente disruptivos e fragmentadores, que questionam a confiança depositada nas expectativas de controle e segurança da modernidade. O que testemunhamos no presente são os danos, a violência e o sofrimento de inúmeras experiências concretas. Neste contexto, as subjetividades políticas das pessoas atingidas pela mineração são construídas através de múltiplos caminhos, normalmente não identificadas pelo repertório da resistência. Com base em pesquisa etnográfica sobre o desastre da Samarco/Vale/BHP no Rio Doce, Brasil, desde o rompimento da barragem de Fundão em 2015, o artigo analisa a diversidade que compõe o universo das mulheres atingidas para compreender como elas expressam suas experiências de luta pelas reparações e, em particular, os efeitos causados na vida pessoal, profissional e comunitária. Tendo como referência a ecologia política ecofeminista e latino-americana, a análise aponta os limites da visão masculina que geralmente prevalece na formulação de mecanismos de governança, os quais são dificilmente orientados por uma dimensão interseccional, o que contribui para agravar os danos às mulheres. Resumo décadas Brasil país Gerais fragmentadores modernidade concretas contexto caminhos resistência SamarcoValeBHP Samarco Vale BHP Doce 2015 particular pessoal comunitária latinoamericana, latinoamericana latino americana, americana latino-americana governança interseccional 201 20 2
Abctract: The rise of neoextractivism as a driving force of development in Latin American countries has mobilized the research agenda over the last two decades across the continent. In Brazil, neoextractivism has been accompanied by processes of environmental deregulation and the violation of rights enshrined since the country’s re-democratization. In the state of Minas Gerais, the recurrence of mining disasters points to eminently disruptive and fragmenting social processes, which call into question the trust placed in modern expectations of control and security. What we witness in the present is the damage, violence, and suffering of the many mining experiences. Against this backdrop, the political subjectivities of people affected by mining are constructed through multiple paths, not commonly visible in the repertoire of resistance. Based on ethnographic research into the governance of the Samarco disaster in Rio Doce, Brazil, the paper looks at the diversity that comprises the universe of the women affected to understand how they express their experiences of fighting for reparations and, in particular, the consequences of their protagonism in personal, professional and community lives. Taking ecofeminist and Latin American political ecology as a reference, the analysis points to the limits of the male vision that generally prevails in the formulation of governance mechanisms, which are hardly guided by an intersectional dimension, which contributes to aggravating the damage to women. Abctract continent Brazil countrys country s redemocratization. redemocratization re democratization. democratization re-democratization Gerais security violence backdrop paths resistance Doce particular personal lives reference mechanisms dimension
Resumen: El ascenso del neoextractivismo como fuerza propulsora del desarrolho em los países latinoamericanos ha movilizado la agenda de investigación de las ciencias sociales durante las últimas dos décadas en todo el continente. En Brasil, el neoextractivismo ha estado acompañado de procesos de desregulación ambiental y de violación de derechos consagrados desde la redemocratización del país. En el estado de Minas Gerais, la recurrencia de desastres mineros apunta a procesos sociales eminentemente disruptivos y fragmentadores, que ponen en duda la confianza depositada en las expectativas modernas de control y seguridad. Lo que presenciamos en el presente es el daño, la violencia y el sufrimiento de la experiencia minera. En este contexto, las subjetividades políticas de las personas afectadas por la minería se construyen a través de múltiples caminos, no comúnmente visibles en el repertorio de resistencia. A partir de una investigación etnográfica sobre el desastre de Samarco/Vale/BHP en Rio Doce, Brasil, desde el colapso de la presa de Fundão, en 2015, el artículo analiza la diversidad que compone el universo de las mujeres afectadas para comprender cómo expresan sus experiencias de lucha por reparaciones y, en particular, las consecuencias de su protagonismo en la vida personal, profesional y comunitaria. Tomando como referencia la ecología política ecofeminista y latinoamericana, el análisis señala los límites de la visión masculina que generalmente prevalece en la formulación de mecanismos de gobernanza, que difícilmente se guían por una dimensión interseccional, lo que contribuye a empeorar el daño a las mujeres. Resumen continente Brasil país Gerais fragmentadores seguridad minera contexto caminos resistencia SamarcoValeBHP Samarco Vale BHP Doce Fundão 2015 particular personal comunitaria latinoamericana gobernanza interseccional 201 20 2