RESUMO O avanço científico e tecnológico associado à atuação de equipes multidisciplinares nas unidades de terapia intensiva tem aumentado a sobrevida de pacientes críticos. Dentre os recursos de suporte de vida utilizados em terapia intensiva, está a oxigenação por membrana extracorpórea. Apesar das evidências aumentarem, faltam dados para demonstrar a segurança e os benefícios da fisioterapia concomitante ao uso da oxigenação por membrana extracorpórea. Esta revisão reúne as informações disponíveis sobre a repercussão clínica da fisioterapia em adultos submetidos à oxigenação por membrana extracorpórea. A revisão incluiu as bases MEDLINE®, PEDro, Cochrane CENTRAL, LILACS e EMBASE, além da busca manual nas referências dos artigos relacionados até setembro de 2017. A busca resultou em 1.213 registros. Vinte estudos foram incluídos, fornecendo dados de 317 indivíduos (58 no grupo controle). Doze estudos não relataram complicações durante a fisioterapia. Fratura da cânula durante a deambulação, trombo na cânula de retorno e hematoma na perna em um paciente cada foram relatados por dois estudos, dessaturação e vertigens leves foram relatadas em dois estudos. Por outro lado, foram feitos relatos de melhora na condição respiratória/pulmonar, capacidade funcional e força muscular, com redução de perda de massa muscular, incidência de miopatia, tempo de internação e mortalidade dos pacientes que realizaram a fisioterapia. Analisando o conjunto das informações disponíveis, pode-se observar que a fisioterapia, incluindo a mobilização precoce progressiva, ortostase, deambulação e técnicas respiratórias, executada de forma simultânea à oxigenação por membrana extracorpórea, é viável, relativamente segura e potencialmente benéfica para adultos em condição clínica extremamente crítica.
Abstract Scientific and technological advances, coupled with the work of multidisciplinary teams in intensive care units, have increased the survival of critically ill patients. An essential life support resource used in intensive care is extracorporeal membrane oxygenation. Despite the increased number of studies involving critically ill patients, few studies to date have demonstrated the safety and benefits of physical therapy combined with extracorporeal membrane oxygenation support. This review identified the clinical outcomes of physical therapy in adult patients on extracorporeal membrane oxygenation support by searching the MEDLINE®, PEDro, Cochrane CENTRAL, LILACS, and EMBASE databases and by manually searching the references of the articles published until September 2017. The database search retrieved 1,213 studies. Of these studies, 20 were included in this review, with data on 317 subjects (58 in the control group). Twelve studies reported that there were no complications during physical therapy. Cannula fracture during ambulation (one case), thrombus in the return cannula (one case), and leg swelling (one case) were reported in two studies, and desaturation and mild vertigo were reported in two studies. In contrast, improvements in respiratory/pulmonary function, functional capacity, muscle strength (with reduced muscle mass loss), incidence of myopathy, length of hospitalization, and mortality in patients who underwent physical therapy were reported. The analysis of the available data indicates that physical therapy, including early progressive mobilization, standing, ambulation, and breathing techniques, together with extracorporeal membrane oxygenation, is feasible, relatively safe, and potentially beneficial for critically ill adult patients.