RESUMO: O desempenho de animais em pastejo possui direta correlação com a estrutura do dossel forrageiro, uma vez que este influencia o consumo. Objetivou-se mensurar o consumo e o comportamento ingestivo de novilhos em pastagem natural “palha grossa”, manejada sob lotação intermitente, com diferentes alturas de pré pastejo (12, 20, 28, 36 cm), aferidas na espécie predominante Andropogon lateralis Ness, com severidade de desfolha de 40%. O experimento foi conduzido em uma área total de 14.000 m2, dividida em dezesseis piquetes de 875 m2. Foram utilizados 32 novilhos, divididos em lotes uniformes conforme o peso vivo no início do experimento (244 ± 23,0 kg). Cada piquete foi subdividido em três parcelas de igual área, sendo utilizadas as duas primeiras para o período de adaptação e a terceira para o período de avaliação. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições e dois períodos de avaliação. As metas de altura em pré-pastejo foram alcançadas em todos os tratamentos. A massa de forragem aumentou linearmente (P < 0,001) com o aumento das alturas de pré-pastejo. Os teores de fibra em detergente neutro aumentaram linearmente (P < 0,001) com o aumento das alturas de manejo, enquanto a proteína bruta foi semelhante (P=0,107) entre os tratamentos tendo valores médios de 75 g/kg de matéria seca (MS) no estrato superior e de 83 g/kg MS no estrato inferior. O consumo de forragem foi similar entre tratamentos (P=0,255), com média de 1,78% do peso vivo. A porcentagem de tempo que os animais pastejaram no estrato superior aumentou e a porcentagem no estrato inferior diminuiu linearmente (P < 0,001) com o aumento das alturas de manejo. As porcentagens do tempo total destinado ao pastejo, ruminação ou ócio não diferiram entre tratamentos (P > 0,05), com médias de 52,6%, 23,0% e 24,2%, respectivamente. Alturas de pré pastejo entre 12 e 36 cm, baseadas na espécie predominante Andropogon lateralis Ness, não interferiram no consumo diário de matéria seca de novilhos em pastejo.
ABSTRACT: The animal performance on pasture is directly correlated to canopy structure since this influences the herbage consumption. This study was evaluated the effects of four pre-grazing canopy heights (12, 20, 28 and 36 cm) of Andropogon lateralis Ness on herbage intake and feeding behavior of steers in a natural grassland under intermittent stocking management, using the same proportion of defoliation (40% reduction in pre-grazing height, i.e., post-grazing heights of 7.2, 12.0, 16.8 and 21.6 cm). The experiment was conducted on a total area of 14,000 m2, divided into sixteen paddocks of 875 m2. Thirty-two steers were used, divided into uniform pairs according to the live weight (LW) at the start of the experiment (244 ± 23.0 kg). Each paddock was subdivided into three plots of identical area; the first two plots were used for the adaptation period and the third for the assessment period. A randomized block design was used with four replicates and two assessment periods. Herbage mass and neutral detergent fiber content increased linearly (P < 0,001) with the increase of pre-grazing canopy heights. In contrast, was not affected by treatments, with mean values of 75 g/kg of dry matter (DM) in the upper stratum and 83 g/kg of DM in lower stratum. The herbage intake was similar between treatments (P = 0.255), averaging 1.78% LW. Grazing time increased linearly in the upper stratum and decreased linearly in the lower stratum with increasing pre-grazing canopy heights. Total time spent grazing, ruminating, and idling did not differ between treatments, with means of 52.6%, 23.0%, and 24.2%, respectively. Pre-grazing canopy heights treatments, based on the predominant species A. lateralis, did not affect the daily herbage intake of steers.