Resumo Introdução: O abscesso periamigdaliano (APA) é uma doença infecciosa grave do tecido tonsilar. O seu tratamento geralmente requer uma abordagem medicamentosa e cirúrgica para o alívio dos sintomas. Recentemente, além do acompanhamento clínico, alguns marcadores inflamatórios, como o volume plaquetário médio (VPM) e a relação neutrófilos/linfócitos (RN/L), foram considerados marcadores de monitoramento adicionais em doenças inflamatórias. Objetivo: O objetivo deste estudo foi descrever o papel os VPM e a RN/L em pacientes com APA. Método: Estudo retrospectivo realizado com 88 pacientes com ATP e 88 indivíduos saudáveis. Analisamos a contagem de leucócitos, neutrófilos, linfócitos, plaquetas, proteína C-reativa (PCR), VPM e RN/L e a comparamos os valores entre o grupo de pacientes e grupo controle. Resultados: Os níveis de VPM eram significativamente maiores no grupo APA pré-tratamento que no grupo APA pós-tratamento e no grupo controle. Um valor de corte de 8,7 para o VPM foi considerado ideal para avaliar sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo de 75, 65,9, 68 e 72%, respectivamente. Os níveis da RN/L eram significantemente maiores no grupo APA pré-tratamento que no grupo APA pós-tratamento e no grupo controle. Um valor de 3,08 para a RN/L foi o valor de corte ideal para avaliar sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo de 90,9, 90,9, 90,9 e 90,9%, respectivamente. Enquanto a contagem dos valores de leucócitos, neutrófilos, linfócitos e PCR foi significantemente diferente entre os grupos de pacientes e controle (p<0,05), a contagem de plaquetas não foi (p>0,05). Conclusão: Os valores de VPM e RN/L sugerem que estes são parâmetros inflamatórios de acompanhamento rápido, barato e confiável, e que podem ser facilmente integrados à prática diária para o tratamento de APA, exceto pela contagem de plaquetas.
Abstract Introduction: Peritonsillar abscess is a serious infectious disease of the tonsillar tissue. Treatment generally requires both medical and surgical approaches to relieve the symptoms. Recently, in addition to clinical follow-up, some inflammatory markers, such as the mean platelet volume and neutrophil-to-lymphocyte ratio, have been considered to be additional inflammatory monitoring markers in inflammatory diseases. Objective: The aim of this study was to describe the role of mean platelet volume and neutrophil-to-lymphocyte ratio in patients with peritonsillar abscess. Methods: A retrospective study was conducted in 88 patients with peritonsillar abscess and 88 healthy individuals. We analyzed the white blood cell count, neutrophil count, lymphocyte count, platelet count, C-reactive protein, mean platelet volume and neutrophil-to-lymphocyte ratio values and compared them among the patient and control groups. Results: The mean platelet volume levels were significantly higher in the peritonsillar abscess pretreatment group than in the peritonsillar abscess posttreatment group and the control group. A mean platelet volume value of 8.7 was the optimal cut-off value for evaluating the sensitivity, specificity, positive predictive value and negative predictive value of 75%, 65.9%, 68% and 72%, respectively. The neutrophil-to-lymphocyte ratio levels were significantly higher in the peritonsillar abscess pretreatment group than in the peritonsillar abscess post-treatment group and the control group. A neutrophil-to-lymphocyte ratio value of 3.08 was the optimal cut-off value for evaluating the sensitivity, specificity, positive predictive value and negative predictive value of 90.9%, 90.9%, 90.9% and 90.9%, respectively. While the white blood cell count, neutrophil count, lymphocyte count and C-reactive protein values were significantly different among the patient and control groups (p < 0.05), the platelet count was not significantly different among the patient and control groups (p > 0.05). Conclusion: The mean platelet volume and neutrophil-to-lymphocyte ratio values made us think that these parameters were quick, inexpensive and reliable inflammatory follow-up parameters and could be easily integrated into daily practice for peritonsillar abscess treatment except platelet count.