Resumo: A colonialidade do poder, do saber e do ser se perpetuam no imaginário moderno através do avanço da mercantilização massiva sobre as plantas, a terra, a água, o conhecimento. Esse processo, que se inicia no século 15, com a constituição da América, avança desde então sobre os territórios e os conhecimentos dos povos que foram colonizados. Nesse sentido, analiso um acontecimento que ocorreu no ano de 2014, no Encontro da Região Sul de Povos e Comunidades Tradicionais, em Curitiba, Paraná, no qual se estabeleceu um embate cosmopolítico sobre um projeto de transformação dos saberes tradicionais em patentes. Essa proposta envolveu, por um lado, agentes do Estado, do mercado e da ciência, que almejavam convertê-los em fonte de lucro, e, por outro, os povos e comunidades tradicionais para quem esses conhecimentos são coletivos e circulam entre si, compondo seus modos de existência.
Abstract: The coloniality of power, of knowledge and of being has been perpetuated in the modern imaginary through the advance of the massive mercantilism of everything. That process, which started in the fifteenth century with the discovery of America, has spread since then throughout territories and knowledge from the peoples who were colonized. In this regard, I analyze an event that occurred in 2014, at the Conference of the Southern Region for Traditional Peoples and Communities, in Curitiba/Paraná, in which a cosmopolitical conflict took place, regarding a project to transform traditional knowledge into patents. This initiative involved, on one side, the State, Market and Science, all aiming at transforming them into sources of profit, and on the other side, the traditional peoples and communities for whom this knowledge is collective and circulates freely among them, composing their modes of existence.
Resumen: La colonialidad del poder, del saber y del ser se perpetúa en el imaginario moderno por medio del avance de la mercantilización masiva de todo. Este proceso, que se inició en el siglo XV con la constitución de América, avanza desde entonces sobre los territorios y sobre los conocimientos de los pueblos que fueron colonizados. En este sentido, analizo un hecho que tuvo lugar en 2014, en el Encuentro de la Región Sur de Pueblos y Comunidades Tradicionales, en Curitiba, Paraná, en el que se estableció un embate cosmopolítico sobre un proyecto de transformación de los saberes tradicionales en patentes. Esta propuesta involucró agentes del estado, mercado y ciencia, quienes anhelaban convertirlos en fuentes de lucro, en contraposición a los pueblos y comunidades tradicionales, quienes defendían que sus conocimientos son colectivos y circulan entre ellos, componiendo sus modos de existencia.