OBJETIVO: Analisar o atendimento ao pré-natal em unidades de saúde, com o intuito de obter uma linha de base que subsidie futuros estudos avaliativos. MÉTODOS: Realizou-se estudo exploratório para avaliação da atenção do Sistema Único de Saúde à saúde de mulheres grávidas, por meio de inquérito auto-aplicado em gestores municipais de saúde sobre amostra probabilística do tipo aleatória estratificada de 627 municípios que, submetida à técnica de expansão, permitiu análises para 5.507 municípios. O período de coleta de dados foi de outubro de 2003 a abril de 2004. O questionário captou informações sobre a prioridade às distintas modalidades de atenção, além de dados sobre a oferta de atenção e estimativa declarada de atendimento de demanda. Foram realizados os testes de qui-quadrado e t de Student para verificação de independência entre variáveis qualitativas e a igualdade entre médias, respectivamente. RESULTADOS: Dos municípios analisados, 43,8% (n=2.317) não atendiam ao risco gestacional; 81% (n=4.277) e 30,1% (n=1.592) referiram atender acima de 75% da demanda do pré-natal de baixo e alto risco, respectivamente; 30,1% (n=1.592) atendiam acima de 75% da demanda de alto risco. Atenção ao baixo risco (chi2=282,080; P<0,001 n=4.277) e ao alto risco (chi2=267,924; P<0,001 n=5.280) estiveram associadas à região geográfica, tamanho do município e modalidade de gestão no Sistema Único de Saúde. A garantia de vaga para o parto também esteve associada à modalidade de gestão. CONCLUSÕES: Houve lacunas relacionadas à oferta e qualidade da atenção ao pré-natal no Sistema Único de Saúde. A municipalização amplia a oferta de pré-natal, mas há desigualdades entre regiões e entre municípios de diferentes dimensões populacionais.
OBJECTIVE: To assess antenatal care in health care units, so as to obtain a baseline for future evaluation studies. METHODS: A self-applied inquiry was conducted among municipal health managers within a probabilistic stratified random sample of 627 municipalities which, through expansion technique, extended the analysis to 5,507 municipalities. Data was collected from October 2003 to April 2004. The survey appraised information about the priority granted by the managers to each modality of care, as well as data concerning characteristics of the assistance provided and the declared estimate of the demand being covered. The Chi-square test and Student's t-test were performed in order to verify independence among the qualitative variables and mean differences, respectively. RESULTS: Almost half (43.8%; n=2,317) of the municipalities did not attend gestational risk; 81% (n=4,277) and 30.1% (n=1,592) reported that they attend over 75% of the demand for low and high risk antenatal respectively; 30.1% (n=1,592) attend over 75% of the demand for high risk care. Care for low risk (c²=282,080; P<0.001 n=4,277) and for high risk pregnancies (c²=267.924; P<0.001 n=5,280) were associated to geographic region, municipality's size and management modality within the Unified Health System. The guarantee of vacancy for labour and birth was also associated to management modality. CONCLUSIONS: There were gaps related to the provision and the quality of antenatal care within the Unified Health System. Municipal based health care extends the provision of antenatal care, but there are inequalities among regions and among municipalities according to demographic size.