OBJETIVO: Revisar as experiências de atenção fisioterapêutica dirigidas à população pediátrica descritas na literatura e analisar a produção de conhecimento sobre fisioterapia no contexto da atenção primária à saúde infantil (APSI). MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática conforme PRISMA, com busca nas seguintes bases de dados: MEDLINE, LILACS, SciELO, PubMed, Scopus, Cochrane; banco de teses da CAPES; e System for Information on Grey Literature in Europe (SIGLE). Foram utilizados os descritores "atenção primária à saúde", "fisioterapia", "lactente ou criança" e seus correspondentes na língua inglesa e espanhola, sem restrição de ano de publicação. RESULTADOS: Analisamos 13 artigos de seis países, reunidos em três eixos temáticos: dilemas profissionais (três artigos), competências e habilidades específicas para a APSI (sete artigos) e relatos de prática (quatro artigos). Os dilemas profissionais mencionados foram a ampliação do papel do fisioterapeuta para incluir ambientes comunitários, compartilhando a tomada de decisão com as famílias, e o trabalho em colaboração com outros serviços de saúde para identificar as necessidades da criança. As competências e habilidades citadas foram a identificação de sintomas clínicos e socioculturais para além das condições musculoesqueléticas, o diagnóstico fisioterapêutico precoce, a prevenção contra o uso excessivo de medicamentos e a capacidade de trabalhar em equipe. Os relatos de prática discorreram sobre estimulação em crianças com quadros neurológicos, tratamento respiratório e grupos com mães de crianças com esses acometimentos. CONCLUSÕES: O baixo número de estudos sugere desconhecimento quanto ao modo como a fisioterapia se insere na APSI e, provavelmente, quanto às habilidades profissionais necessárias nesse ambiente. Assim, são necessários mais estudos para fornecer dados sobre a área e um esforço de qualificação continuada por parte dos fisioterapeutas.
OBJECTIVE: To review pediatric physical therapy experiences described in the literature and to analyze the production of knowledge on physical therapy in the context of pediatric primary health care (PPHC). METHODS: A systematic review was conducted according to the PRISMA criteria. The following databases were searched: MEDLINE, LILACS, SciELO, PubMed, Scopus and Cochrane; Brazilian Ministry of Health's CAPES doctoral dissertations database; and System for Information on Grey Literature in Europe (SIGLE). The following search terms were used: ["primary health care" and ("physical therapy" or "physiotherapy") and ("child" or "infant")] and equivalent terms in Portuguese and Spanish, with no restriction on publication year. RESULTS: Thirteen articles from six countries were analyzed and grouped into three main themes: professional dilemmas (three articles), specific competencies and skills required in a PPHC setting (seven articles), and practice reports (four articles). Professional dilemmas involved expanding the role of physical therapists to encompass community environments and sharing the decision-making process with the family, as well as collaborative work with other health services to identify the needs of children. The competencies and skills mentioned in the literature related to the identification of clinical and sociocultural symptoms that go beyond musculoskeletal conditions, the establishment of early physical therapy diagnoses, prevention of overmedication, and the ability to work as team players. Practice reports addressed stimulation in children with neurological diseases, respiratory treatment, and establishing groups with mothers of children with these conditions. CONCLUSIONS: The small number of studies identified in this review suggests that there is little knowledge regarding the roles of physical therapists in PPHC and possibly regarding the professional abilities required in this setting. Therefore, further studies are required to provide data on the field, along with a continuing education effort on the part of physical therapists.