Resumo Introdução Colocar a prática em palavras é tarefa árdua para terapeutas ocupacionais, considerando os aspectos narrativos da prática nas relações complexas e multifacetadas entre seres humanos e sociedade. A linguagem favorece a nomeação e a conceituação daquilo que se faz e abre esse espaço de compreensão e aprofundamento do conhecimento. Objetivo Discutir a necessidade de conceituação de termos para melhor delinear a prática profissional. Método Uma pesquisa-ação participativa, organizada como comunidade de prática para o desenvolvimento do raciocínio clínico, com participação de terapeutas ocupacionais iniciantes e experientes, teve seus dados analisados tematicamente, explicitando a construção de sentidos sobre a assistência em terapia ocupacional em saúde mental (especificidades práticas, teóricas e conceituais), à luz do Método Terapia Ocupacional Dinâmica. Resultados A reflexão sobre a prática compartilhada favoreceu a identificação de dilemas em torno de narrativas sobre a atividade terapêutica e, na medida em que foi ganhando clareza conceitual, favoreceu a valorização do contexto e das ações em terapia ocupacional. Conclusão Quando a prática é colocada como objeto de estudo, identificando-se enunciados capazes de representá-la, nosso campo profissional e de saber ganham clareza e possibilitam visibilidade a comunidades epistêmicas e de práticas mais críticas, delimitadas, coerentes, significativas e complexas.
Abstract Introduction Placing practice in words is an arduous task for occupational therapists by considering the narrative aspects of practice in the complex and multifaceted relationships between human beings and society. Language favors the naming and conceptualization of what is done and opens up space of understanding and deepening of knowledge. Objective To discuss the need to conceptualize terms to better delineate professional practice. Method A participatory action research, organized as a community of practice for the development of clinical reasoning, with the participation of novice and experienced occupational therapists, had its data analyzed thematically, highlighting the construction of meanings about care in occupational therapy in mental health (practical, theoretical and conceptual specificities), in the light of the Dynamic Occupational Therapy Method. Results The reflection on the shared practice favored the identification of dilemmas around the therapeutic activity and, as it gained conceptual clarity, favored the valuation of the context and the actions in occupational therapy. Conclusion When practice is placed as an object of study, identifying statements capable of representing it, our professional field of knowledge and practice gain clarity and provide visibility to practice and epistemic communities more critical, situated, coherent, meaningful and complex.