RESUMO: O estudo examinou a eficácia de um dispositivo intravítreo de liberação de dexametasona para o controle da inflamação ocular em cães, após facoemulsificação. Um dispositivo de copolímero poli (ácido lático-co-glicólico) foi implantado via pars plana na câmera vítrea, imediatamente antes da facoemulsificação (grupo dispositivo [GD], n=20). Após a cirurgia, o grupo controle (GC) recebeu terapia esteroide, midriático e antibiótico. O mesmo protocolo de tratamento foi adotado no GD, exceto pelos esteroides. Todos os olhos foram examinados antes do procedimento e em diferentes tempos após a facoemulsificação. A ultrassonografia mostrou que o dispositivo diminuiu em tamanho, sendo observado, apenas, remanescentes aos 60 dias de pós-operatório (DPO). Sinais de uveíte foram observados em 35% do GD no DPO 7, entretanto, no DPO 14, 50% dos olhos tiveram sinais de uveíte e requereram terapia esteroide local. A pressão intraocular (PIO) foi maior no GD, comparativamente ao GC, imediatamente após a cirurgia. A PIO não diferiu no DPO 7 e no DPO 14, entretanto foi menor nos momentos pós-operatórios mais tardios (DPO 30 a 90). Valores de flare foram maiores no GD que no GC, imediatamente após a cirurgia, mas não mostraram diferenças nos momentos subsequentes. Em suma, o dispositivo intravítreo de dexametasona não controlou adequadamente a inflamação intraocular em cães submetidos à facoemulsificação.
ABSTRACT: This study examined the efficacy of an intravitreal dexamethasone-loaded device for the control of postoperative ocular inflammation in dogs following phacoemulsification. Twenty dogs with bilateral mature senile cataracts were prepared for surgery using routine protocols. A biodegradable poly (lactic-co-glycolic acid) copolymer device was inserted through the pars plana into the vitreous chamber immediately before phacoemulsification (device group [DG], n=20). Following surgery, a conventional group (CG) received local and systemic steroids, mydriatics, and antibiotic therapy. The same treatment protocol was adopted in DG, except for steroids. All eyes were examined before surgery and at various times after phacoemulsification. Ultrasonography showed gradual device shrinkage, with only remnants remaining at postoperative day (POD) 60. Signs of uveitis were observed in 35% of the DG on POD 7, but by POD 14, 50% of eyes showed signs of uveitis and these eyes required local steroid therapy. The intraocular pressure (IOP) was higher in the DG than in the CG immediately after surgery. IOP did not differ on POD 7 and POD 14, but was lower during the late postoperative period (POD 30 to 90). Flare values were greater in the DG than in the CG immediately following surgery, but showed no subsequent differences. In summary, the intravitreal dexamethasone device did not adequately control intraocular inflammation in dogs undergoing phacoemulsification.