Resumo O objetivo foi analisar a influência de determinantes individuais e contextuais sobre o consumo de frutas, legumes e verduras (FLV) e de alimentos ultraprocessados (AUP) entre lactentes. Estudo com amostra representativa de 14.326 lactentes com idade entre 6-11,9 meses de 75 municípios do estado de São Paulo participantes da Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno em Municípios Brasileiros, de 2008. A influência dos determinantes sobre o consumo de FLV e de AUP foi avaliada por regressão de Poisson multinível. A escolaridade e faixa etária maternas mostraram efeito dose-resposta positivo para o consumo de FLV (p de tendência < 0,001), e negativo para AUP (p de tendência < 0,001). O consumo de FLV foi menos prevalente entre filhos de multíparas (p < 0,001) e entre aqueles acompanhados no sistema público de saúde (p < 0,001); porém, estes dois grupos apresentaram maiores prevalências de consumo de AUP (respectivamente: p < 0,001 e p = 0,001). Ainda, a variável contextual referente ao porte populacional mostrou relação dose-resposta positiva para FLV (p < 0,001), e negativa para AUP (p = 0,081). Destacam-se grupos que deveriam ser priorizados nas ações nutricionais educativas sobre alimentação de lactentes.
Abstract The objective was to evaluate the influence of individual and contextual determinants on infant’s consumption of fruits and vegetables (FV), and ultra-processed foods (UPF). The data was obtained from the Survey of Prevalence of Breastfeeding in Brazilian Municipalities, 2008. A representative sample of 14,326 infants 6-11.9 months old, from seventy-five municipalities of São Paulo state was evaluated. The influence of determinants on FV and UPF consumption was analyzed using Poisson multilevel regression. Mother’s educational level and maternal age had positive dose-response effect for the consumption of FV (p trend < 0.001) and negative for UPF (p trend < 0.001). Infants of multiparous women and those who received outpatient care in public medical system showed lower prevalence of FV (p < 0.001 for both) and higher prevalence of UPF (respectively, p < 0.001 and p = 0.001). Moreover, the contextual variable related to population size indicated that the prevalence of consumption of FV decreased (p < 0.001) and UPF increased (p = 0.081) with decreased population size. Therefore, infants born to women with low education levels, who received outpatient care in the public health network, and who reside in small municipalities should be prioritized for educational programs related to feeding practices.