CONTEXTUALIZAÇÃO: Faz-se necessária sistematização das evidências disponíveis sobre os efeitos da estimulação elétrica em pacientes hemiplégicos após o acidente vascular cerebral. OBJETIVO: Realizar uma revisão sistemática da literatura referente aos efeitos da eletroestimulação funcional para os músculos do punho e dedos de pacientes hemiplégicos adultos. MÉTODOS: Uma busca foi realizada nas bases de dados Medline, Lilacs e PEDro, no período de fevereiro a março de 2006, por trabalhos que documentassem os efeitos da intervenção nas características neuromusculares, musculoesqueléticas e funcionais. Dados foram extraídos de forma padronizada de cada estudo, e a qualidade metodológica foi avaliada utilizando-se a escala PEDro. RESULTADOS: Oito estudos aleatorizados foram revisados. Em relação à avaliação da qualidade da evidência dos trabalhos, as pontuações variaram entre 3/10 e 7/10 na escala PEDro. Apesar da diversidade de protocolos, características de participantes e instrumentos utilizados terem impedido o agrupamento dos resultados, a síntese em níveis de evidência demonstrou que há forte evidência de efeitos positivos da eletroestimulação na força muscular, tônus, função motora e uso do membro na rotina diária. Há evidência moderada para efeitos na destreza e evidência limitada para efeitos na coordenação motora e independência em atividades de autocuidado. Não há evidências para ganhos na amplitude de extensão ativa de punho. CONCLUSÃO: Apesar de apresentarem limitações metodológicas, estudos aleatorizados relatam efeitos positivos do uso da eletroestimulação no punho e dedos, o que sugere que essa terapia seja eficaz para a promoção de função do membro superior afetado de indivíduos hemiplégicos.
BACKGROUND: a systematization of the available evidence regarding the effects of electrical stimulation for hemiplegic patients following stroke is needed. OBJECTIVE: to conduct a systematic review of the literature related to the effects of functional electrical stimulation for the wrist and finger muscles of adult hemiplegic patients. METHOD: a search for studies documenting the effects of electrical stimulation on neuromuscular, musculoskeletal and functional characteristics was carried out in Medline, Lilacs and PEDro databases between February and March 2006. Data were extracted in a standardized manner from each study, and methodological quality was assessed using the PEDro scale. RESULTS: Eight randomized studies were reviewed. The scores on the methodological quality of revised studies were between 3/10 and 7/10 in the PEDro scale. Although the diversity of protocols, participants' characteristics and instrumentation prevented pooling of results, a synthesis in levels of evidence demonstrated strong evidence for positive effects of electrical stimulation on muscle strength, tonus, motor function and use of the upper limb in daily life. Moderate evidence was found for effects on dexterity and limited evidence for effects on motor coordination and independence in self-care activities. There was no evidence for gains in range of active wrist extension. CONCLUSION: Despite methodological limitations, randomized studies reported positive effects of electrical stimulation on wrist and fingers, suggesting that this therapy might be effective for promoting function of the affected upper limb of hemiplegic individuals.