RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: As dores musculoesqueléticas são consideradas uma das principais causas de afastamentos do trabalho. No âmbito hospitalar, pesquisadores classificam a atividade de enfermagem como uma das mais nocivas à saúde humana. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de dor musculoesquelética em profissionais de enfermagem atuantes na ortopedia de um hospital do Sul do Brasil. MÉTODOS: Participaram da pesquisa 29 profissionais de enfermagem, sendo três auxiliares, 23 técnicos e três enfermeiros. Os trabalhadores responderam um questionário contendo perguntas referentes às dores musculoesqueléticas (Nórdico adaptado), perfil sociodemográfico, características laborais, hábitos e estilo de vida. RESULTADOS: A prevalência de dores musculoesqueléticas nos trabalhadores analisados foi de 96,6% em pelo menos uma das partes corporais nos últimos 12 meses. As principais regiões anatômicas acometidas foram as partes inferiores e superiores das costas (79,3 e 75,9%, respectivamente), o pescoço (65,5%), os ombros (62,1%), os tornozelos/pés (55,2%) e punhos/mãos (51,7%). Dos profissionais analisados, 65,5% relataram ter se afastado do trabalho por motivos de saúde nos últimos 12 meses. Identificou-se que os auxiliares de enfermagem apresentaram maiores prevalências de dores na maioria das regiões anatômicas em comparação aos outros profissionais. CONCLUSÃO: A prevalência de dor musculoesquelética relatada pelos profissionais de enfermagem analisados foi considerada alta. Aponta-se a necessidade de programas de promoção da saúde como ginástica laboral, ergonomia, pausas pré-estabelecidas e mais profissionais no setor, medidas descritas na literatura que contribuem para diminuir a sobrecarga e melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos profissionais.
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Musculoskeletal pain is considered one of the major causes for leave of absence. In the hospital setting, researchers classify the nursing activity as one of the most harmful to human health. The aim of this study was to identify the prevalence of musculoskeletal pain in nursing professionals working in the orthopedic setting at a hospital in the South of Brazil. METHODS: The study population consisted of 29 nursing professionals among which three were nursing assistant, 23 nurse techs, and three nurses. The workers answered a questionnaire with questions related to musculoskeletal pain (Nordic adapted), sociodemographic profile, labor characteristics, and habits and lifestyle. RESULTS: The prevalence of musculoskeletal pain in the studied subjects was 96.6% in at least one of the body parts in the last 12 months. The main regions involved were the lower and upper back (79.3 and 75.9%, respectively), the neck (65.5%), the shoulder (62.1%), ankle/feet (55.2%) and wrists/hands (51.7%). Of the professionals studied, 65.5% reported a leave of absence due to health problems in last the 12 months. It was identified that nurse practitioners showed a higher prevalence of pain in the majority of the body regions in comparison to the other professionals. CONCLUSION: The prevalence of musculoskeletal pain reported by the nursing professionals in the study was considered high. This points to the need for health promotion programs such as exercise at the workplace, ergonomics, pre-established breaks and more professionals in the ward, measures described in the literature that can contribute to reduce the overload and improve the working conditions and quality of life of these professionals.