OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de gripe A (H1N1) ocorridos em 14 municípios de Santa Catarina, Brasil, em 2009. MÉTODOS: O presente estudo transversal enfocou os casos suspeitos de infecção pelo H1N1 notificados à 20ª Gerência de Saúde do Estado de Santa Catarina durante os meses da epidemia, de julho a setembro de 2009. Os dados foram coletados a partir das fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) por técnicos da vigilância epidemiológica. A definição de caso de H1N1 foi feita mediante confirmação laboratorial (RT-PCR positivo) ou perfil epidemiológico positivo de síndrome respiratória aguda grave. RESULTADOS: Foram notificados 1 149 casos suspeitos de gripe A no período, sendo 560 (48,6%) confirmados, resultando em uma taxa de incidência de 241,9/100 000 habitantes. A média de idade dos casos confirmados foi de 29,5 ± 17,1 anos, vs. 32,2 ± 20 anos entre os descartados (P = 0,03). Do total de casos confirmados, 37,1% indivíduos ficaram hospitalizados, com taxa de incidência hospitalar de 89,9/100 000 habitantes e taxa de letalidade de 5,6/100 000 habitantes. Ser jovem, com 30 anos ou menos de idade, ter sinais e sintomas de febre, tosse e dispneia, e ocorrência de óbito foram fatores independentes associados à infecção pela influenza pandêmica (P < 0,05). Nenhuma comorbidade apresentou associação com os casos confirmados de gripe A. CONCLUSÕES: A amostra estudada diferiu do perfil nacional de casos de gripe A no Brasil pela ausência de comorbidade associada, porém aproximou-se do perfil nacional pelo acometimento principalmente de jovens e pela associação significativa com febre, tosse e dispneia. É preciso considerar a ampliação da campanha anual de vacinação, hoje dirigida a grupos de risco, para toda a população.
OBJECTIVE: To describe the epidemiological features of influenza A (H1N1) cases in 14 municipalities of Santa Catarina, Brazil, during the 2009 pandemic. METHOD: This cross-sectional study focused on suspected cases of H1N1 reported to the 20th Santa Catarina State Health Administration during the 2009 pandemic between July to September. Data were collected by epidemiological surveillance officers from the Brazilian communicable diseases information system SINAN. H1N1 cases were confirmed by laboratory testing (positive RT-PCR) or signs and symptoms characteristic of severe acute respiratory syndrome. RESULTS: During the pandemic period, 1 149 suspected cases of influenza A were notified, of which 560 (48.6%) were confirmed. That translated into an incidence of 241.9/100 000 population. Mean age for confirmed cases was 29.5 ± 17.1 years, vs. 32.2 ± 20 years for those ruled out (P = 0.03). Of the total confirmed cases, 37.1% were hospitalized, with a hospital incidence rate of 89.9/100 000 people and lethality rate of 5.6/100 000 population. Age < 30 years, symptoms of fever, cough and dyspnea, and death were independently associated with influenza A infection (P < 0.05). There were no associations between confirmed cases and any comorbidities. CONCLUSION: The studied sample differed from the national profile of influenza A cases in Brazil by the absence of associated comorbidities. However, it was similar to the national profile in terms of the young age of cases and the significant association with fever, cough, and dyspnea. An extension of the annual immunization campaign (currently focused on risk groups) to the overall population should be considered.