RESUMO Trata-se de revisão narrativa com busca sistemática, tendo por objetivo investigar o impacto do isolamento social na alimentação (hábitos alimentares) durante a pandemia da Coronavirus Disease 2019. Foi realizado rastreio de estudos publicados no período de 1º de janeiro de 2019 a 18 de junho de 2020 nas bases PubMed, Web of Science e Embase. A busca foi estruturada utilizando os unitermos correspondentes a Coronavirus Disease 2019, isolamento social e alimentação. Todas as etapas foram executadas de forma independente por três revisores. Foram incluídos 12 estudos, totalizando 20.789 pessoas pesquisadas, com a predominância de estudos de corte transversal na população adulta. Os estudos analisados foram desenvolvidos na Itália (n=4), Espanha (n=2), Polônia (n=1), China (n=1), Índia (n=1), Estados Unidos da América (n=1), África do Sul (n=1) e multicêntrico continental (n=1). A análise dos estudos incluídos evidenciou que a maioria das pessoas relatou não mudar a dieta habitual, observando-se também o aumento do hábito de cozinhar, consumir frutas, legumes e verduras e a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas. Constatou-se diminuição do consumo de peixes e aumento das chamadas comfort foods. Verificou-se que a alimentação sofreu alterações em tempos de isolamento social. Sugerimos que novas pesquisas sejam realizadas em diferentes contextos socioeconômicos e demográficos. Propomos a continuidade do estudo desta temática, com realização de revisão sistemática com ou sem metanálise.
ABSTRACT The objective of this narrative review, with a systematic survey, was to investigate the impact of social isolation on food (eating habits) during the 2019 Coronavirus disease pandemic. A retrieval of studies published from January 1st, 2019 to June 18th, 2020 was carried out in the PubMed, Web of Science and Embase databases. The screening was structured using the terms corresponding to Coronavirus disease 2019, social isolation and food. All steps were carried out independently by three reviewers. Twelve studies were included, totaling 20,789 people assessed, with a predominance of cross-sectional studies of adult population. The studies reviewed had been carried out in Italy (n=4), Spain (n=2), Poland (n=1), China (n=1), India (n=1), United States of America (n=1), South Africa (n=1) and in a continental multicenter (n=1). The analysis of the studies included showed that most people reported that they did not change their usual diet; in addition, an increase in cooking habits, consumption of fruits and vegetables and a decrease in the consumption of alcoholic beverages was observed. A decrease in fish consumption and an increase in comfort foods were also reported. It was found that food habits changed in times of social isolation. We suggest that new investigations be carried out in different socioeconomic and demographic frameworks. We propose to continue the study on this theme, with a systematic review with or without meta-analysis.