INTRODUÇÃO: Desconhecida a realidade da leishmaniose visceral canina em Garanhuns, objetivou-se investigar a ocorrência de anticorpos antileishmania spp em cães domiciliados e semidomiciliados e os possíveis fatores de risco envolvidos. MÉTODOS: Em uma primeira etapa foram coletadas 256 amostras de sangue de cães que foram submetidas à reação de imunofluorescência indireta (RIFI) na diluição 1:40. Adicionalmente, 23 amostras positivas na RIFI foram testadas com um teste rápido imunocromatográfico. Em uma segunda etapa, novas amostras de sangue de 18 cães positivos na RIFI na primeira fase do estudo foram coletadas, retestadas pela RIFI (1:40 e 1:80) e, adicionalmente, pela reação em cadeia da polimerase para pesquisa de DNA de Leishmania infantum. Ademais, 16 dessas amostras foram retestadas pelo teste rápido imunocromatográfico. RESULTADOS: Na primeira etapa, 16% das amostras foram positivas na RIFI (1:40) e apenas três (13%) foram positivas no teste rápido imunocromatográfico. Na segunda etapa, 12 amostras foram positivas na RIFI na diluição 1:40 e sete também na diluição 1:80. Nenhuma amostra foi positiva na reação em cadeia da polimerase e no teste rápido imunocromatográfico. Sinais clínicos de leishmaniose visceral ocorreram em 4,9% dos cães positivos. Não houve diferença estatística entre idade, sexo e status clínico dos cães, porém entre seus locais de origem. CONCLUSÕES: Os cães domiciliados e semidomiciliados de Garanhuns apresentam anticorpos antileishmania spp, sendo, em sua grande maioria, assintomáticos.
INTRODUCTION: Considering the unknown situation regarding canine visceral leishmaniasis in Garanhuns, this study had the aim of investigating occurrences of anti-Leishmania spp antibodies in domesticated and partially domesticated dogs, and the possible risk factors involved. METHODS: In the first phase of the study, 256 blood samples were collected from dogs and subjected to the indirect fluorescent antibody test (IFAT) reaction at a dilution of 1:40. Additionally, 23 IFAT-positive samples were tested using an immunochromatographic dipstick test. In the second phase, new blood samples were collected from 18 dogs that were IFAT-positive in the first phase. These animals were retested using IFAT (1:40 and 1:80) and, additionally, by means of the polymerase chain reaction to investigate the Leishmania infantum DNA. Furthermore, 16 of these samples were retested using the immunochromatographic dipstick test. RESULTS: In the first phase of the study, 16% of the samples were IFAT-positive (1:40) and only three (13%) were positive in the immunochromatographic dipstick test. In the second phase, 12 samples were IFAT-positive at the dilution of 1:40, and seven were also positive at 1:80. None of the samples were positive in the polymerase chain reaction testing or in the immunochromatographic dipstick test. Clinical signs suggestive of visceral leishmaniasis were observed in 4.9% of the IFAT-positive dogs. There were no statistical differences in relation to age, sex or clinical status of the dogs, but there was a difference in relation to place of origin. CONCLUSIONS: The domesticated and partially domesticated dogs living in Garanhuns present anti-Leishmania spp antibodies, but are mostly asymptomatic.