OBJETIVO: Investigar a associação entre uso de contraceptivos orais (CO) e câncer de mama. MÉTODOS: Identificaram-se 250 casos incidentes de câncer de mama, com 20 a 60 anos de idade, a partir de laboratórios de patologia, e 1.020 controles-hospitalares e de vizinhança. Os controles foram pareados aos casos por idade. A análise ajustada foi realizada por regressão logística condicional para estimar as razões de odds (RO). RESULTADOS: Não se encontrou associação entre uso de contraceptivos orais e câncer de mama (RO=1,1; IC 95% 0,7-1,6 para controles hospitalares e RO=0,9; IC 95% 0,6-1,6 para controles de vizinhança) e nem para diferentes tempos de uso ou idades de início. Ao separar os casos por idade de diagnóstico do câncer de mama e tempo de uso dos CO, verificou-se que mulheres com mais de 45 anos, que haviam utilizado contraceptivos por cinco anos ou mais, tiveram RO de 1,6 (IC 95% 0,9-3,0) entre controles-hospitalares e de 1,3 (IC 95% 0,7-2,6) entre controles de vizinhança. Para aumentar o poder do estudo, realizou-se análise com os 250 casos e os 1.020 controles, resultando uma RO de 1,6 (IC 95% 1,0-2,4) sem significância estatística. CONCLUSÕES: Não foi encontrada associação entre uso de CO e câncer de mama em geral, assim como entre faixas etárias e tempo de uso do CO. Ao analisar todos os casos e controles conjuntamente, evidenciou-se um risco aumentado no subgrupo de mulheres usuárias por mais de cinco anos e com idade superior a 45 anos, porém não houve significância estatística, embora ela estivesse muito próxima (p=0,05).
OBJECTIVE: To investigate the association between breast cancer and the duration of use of oral contraceptives (OC), and age it started to be used in a population of Pelotas, Southern Brazil. METHODS: There were identified 250 incident cases of breast cancer in patients aged 20 to 60 years from records of pathology laboratories and there were enrolled 1,020 controls drawn from hospital and neighbourhood population. For 90 cases identified in Pelotas, 270 hospital controls and 270 neighbourhood controls were selected, for another 78 cases in Pelotas, 234 controls were selected, and for 82 cases from other municipalities, 246 hospital controls were selected. Controls were matched by age. Adjusted analysis was performed using conditional logistic regression. RESULTS: No association between oral contraceptive use and breast cancer was found (OR=1.1;CI95% 0.7--1.6 for hospital controls, and OR=0.9;CI95% 0.6--1.6 for neighbourhood controls) neither for different duration of use or starting age. To increase the test power, 250 cases and all 1020 controls were analyzed together, and an odds ratio of 1.6 (CI95% 1.0--2.4) was found for women older than 45 years of age who had been using oral contraceptives for five years or more. CONCLUSIONS: No evidence was found of a general association between oral contraceptive use and breast cancer. When analyzing the whole date set, with all neighbourhood and hospital controls together, for women older than 45 years of age who had been using oral contraceptives for more than 5 years, it was found an increased risk almost statistically significant (p=0.05).