OBJETIVOS: Determinar a freqüência de alguns sintomas depressivos em idosos, construir um escore de sintomas depressivos, e avaliar a associação entre a média de sintomas depressivos e variáveis demográficas, socioeconômicas e comportamentais. MÉTODOS: Delineamento transversal de base populacional incluindo indivíduos com 60 anos ou mais residentes na zona urbana da cidade de Pelotas, RS. A amostragem foi realizada em múltiplos estágios, tendo por base os setores censitários do município. Utilizou-se um instrumento com oito sintomas comumente incluídos em questionários e escalas de depressão e específicos de erosão afetiva (forma esta mais comum de manifestação depressiva entre idosos). A análise foi feita por regressão linear múltipla e se baseou em um modelo conceitual de determinação do desfecho. RESULTADOS: Foram entrevistados 583 sujeitos, sendo que o percentual de perdas e recusas foi de 4,7%. A média dos sintomas depressivos por participante foi de 3,4 (dp=2,1). A ausência de disposição para realizar as atividades habituais foi o sintoma mais freqüente (73,9%). Na análise ajustada, os seguintes grupos apresentaram médias estatisticamente maiores (p<0,05) de sintomas depressivos: mulheres, indivíduos mais velhos, com menor escolaridade, sem trabalho remunerado, tabagistas atuais e que tiveram morte de familiar ou pessoa importante no último ano. CONCLUSÕES: Tanto os sintomas depressivos isoladamente quanto a média desses sintomas encontrados na amostra de idosos foram altos, ressaltando a importância da avaliação da sintomatologia específica dos idosos, que parece diferente daquela verificada nos adultos jovens.
OBJECTIVE: To determine the frequency of some depressive symptoms in the elderly, to build up a score of depressive symptoms and to evaluate the association between depressive symptoms and demographic, socioeconomic and behavioral variables. METHODS:A population-based cross-sectional study was conducted in individuals aged 60 and more living in the urban city area of Pelotas, Brazil. The sample was selected in multiple stages based on the city's census tracts. It was used a questionnaire comprising eight question commonly included in depression evaluation instruments and specific to the elderly. Analyses were carried out using multiple linear regressions following a hierarchical approach. RESULTS: A total of 583 subjects were interviewed and non-response rate was 4.7%. Each participant had on the average score of depressive symptoms was 3.4 (SD 2.1)Lack of willingness to carry out daily activities was the most frequent symptom (73.9%) reported. In the adjusted analysis according to the conceptual framework, the following groups had statistically higher averages (p<0,05) of depressive symptoms: older women, individuals with less schooling, unemployed, smokers, and those whose family member or significant other died in the past year. CONCLUSIONS: It was found both high rates of isolated symptoms and high average of depressive symptoms in the study sample, highlighting the importance of studying specific symptoms of the elderly, which are different from those found in young adults.