INTRODUÇÃO: O emprego de stents auto-expansíveis no tratamento das afecções da aorta descendente apresenta-se como uma nova alternativa, e o objetivo deste trabalho é avaliar o seu desempenho. CASUÍSTICA E MÉTODOS: No período de abril de 1998 a novembro de 2000 (32 meses), foram operados 144 pacientes com doenças da aorta, sendo 66 (45,83%) dissecções, 50 (34,72%) aneurismas e 28 (19,44%) outros procedimentos com operação da aorta associada. Implantamos 37 stents auto-expansíveis na aorta descendente com acesso transesternal, circulação extracorpórea, hipotermia profunda (18°C-20°C) e parada circulatória com perfusão cerebral retrógrada. Foram 21 (56,76%) dissecções agudas tipo B, 9 (24,32%) aneurismas e dissecções crônicas tipo B e 7 (18,92%) dissecções agudas tipo A. A idade média dos pacientes era de 57,95 ± 11,66 anos, sendo 64,86% do sexo masculino. O acompanhamento foi de 32 meses (16,36 ± 10,29 meses) em 87,5% dos pacientes com entrevistas aos médicos assistentes de regiões distantes, ecocardiograma e tomografia computadorizada a cada 12 meses no ambulatório da Santa Casa. RESULTADOS: A mortalidade cirúrgica (30 dias) foi de 13,51%, sendo 9,52% nas dissecções agudas tipo B, 28,57% nas dissecções agudas do tipo A e 11,22% nos aneurismas e dissecções crônicas tipo B. As curvas de sobrevivência em 12, 24 e 33 meses são, respectivamente, 87,92%, 82,75% e 74,48%. Estão livres de eventos 70,15% dos pacientes, ao final de 33 meses. Dois óbitos hospitalares não foram relacionados ao procedimento, se fossem excluídos teríamos uma mortalidade hospitalar de 8,10%, o mesmo acontecendo a 1 óbito tardio. O implante de stent isolado ocorreu em 40,5% dos pacientes, 3 apresentaram vazamentos distais pára-protéticos e vêm sendo acompanhados. CONCLUSÃO: Os implantes de stents intraluminais auto-expansíveis apresentaram uma mortalidade hospitalar de 13,51%, mortalidade em 12, 24 e 33 meses de 9,37%, 3,44% e 3,57%, com 70,15% dos pacientes livre de eventos em 33 meses de seguimento, tornando o método factível e diminuindo a mortalidade no tratamento cirúrgico das dissecções agudas e crônicas do tipo B.
INTRODUCTION: The authors describe the implantation of an endovascular self-expanding stents grafts at 33 months of follow-up. The use can be a new alternative for the treatment of descending aortic dissections and aneurysms disease. MATERIAL AND METHODS: From April 1998 to November 2000 (32 months), 37 endovascular stent grafts were implanted, 21 in acute dissections type B, 7 in acute dissections type A and 9 in chronic dissections type B and aneurysms ones. The age varied between 39 and 79 years (mean=57.94 ± 1.91 years), considering that 64.86% were male patients. The patients were submitted to median esternotomy, extracorporeal circulation (ECC), with deep hipothermia (18-20ºC), total circulatory arrest (TCA), and retrograde cerebral perfusion (RCP). The transverse aorta was incised and the stent was implanted in the descending proximal aorta with the aid sometimes of aortoscopy. The times of ECC, aortic clamping, TCA, RCP, rewarming, mechanic ventilation, hospitalization, trans and post-operative bleeding, blood replacement, events curve and survival curve were analyzed. RESULTS: The hospital mortality (30 days) was 13.51%; 32 have been followed up from 1 to 33 months, 70.7% are free of events and survival curve with 63.19% (33 months). CONCLUSIONS: The implant of self-expanding intraluminal stent grafts presented has lower hospital mortality in the acute phase and follow-up in acute aortic dissections type B (10%) than clinical treatment (IRAD). In spite of the small sample the procedure is promising and needs longer follow-up.