Este estudo descreve comportamentos de risco para HIV, obtidos através de questionário, em 570 indivíduos de Porto Alegre que não usavam drogas regularmente. A idade média foi 30,3, 51,1 % eram homens, e a maioria tinha baixa renda (59,1%). A soropositividade foi de 9,9% (13,1% entre homens e 6,9% entre mulheres), associada a sexo masculino, ter mais de 30 anos e baixa renda. Mulheres reportaram mais sexo desprotegido (86,4%) do que homens (74,4%) e mais sexo com usuários de droga injetável (11,6% versus 2,1%); homens relataram mais sexo homossexual desprotegido (18,7% versus 1,4%) e mais relações com profissionais de sexo (19,0% versus 0,4%). Não houve associação entre uso eventual de drogas e soropositividade. A idade associada à soropositividade confirma achados anteriores, indicando maior exposição a riscos durante a vida. O estudo confirma a pauperização da epidemia, com indivíduos pobres apresentando maior soropositividade. Homens e mulheres apresentaram diferentes comportamentos associados à soropositividade, confirmando a necessidade de prevenção específica e distinta para cada grupo.
This study describes HIV-related behaviors recorded through a questionnaire applied to 570 individuals in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil, who were not regular drug users. Mean age was 30.3 years, 51.1 % were male, and most were low-income (59.1%). The HIV seropositive rate was 9.9% (13.1% for males, 6.9% for females), and there was a positive association with male gender, age over 30 years, and low income. Women reported more unprotected sex (86.4%) than men (74.4%) and more sex involving drugs (11.6% vs. 2.1%); men reported more unprotected homosexual sex (18.7% vs. 1.4%) and more sex with sex workers (19.0% vs. 0.4%). There was no association between sporadic drug use and seropositive status. The association between age and seropositive status confirms previous findings, indicating more lifetime risk exposure. The study confirms the so-called pauperization of the epidemic, with poor individuals showing a higher seropositive rate. Males and females showed different behaviors associated with seropositive status, confirming the need for specific and differentiated preventive strategies for each group.