Cento e trinta e sete amostras de amendoim e produtos contendo amendoim, obtidas no período de janeiro de 1995 a dezembro de 1997, a grande parte delas coletadas pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, foram submetidas à determinação de aflatoxinas. Foram incluídas amostras de amendoins cru, doces de amendoim ("paçoca" e "pé-de-moleque"), pasta de amendoim, amendoins salgados (frito e torrado), "torrone" e amendoins com cobertura de chocolate ou cobertura salgada ("amendoim japonês"). As amostras foram analisadas por cromatografia em camada delgada. Sessenta e duas amostras (45,3%) foram positivas para aflatoxinas e 37 amostras (27,0%) apresentaram valores de aflatoxinas B1 + G1 acima do limite máximo da legislação brasileira (30,0 µg. kg-1 para aflatoxinas B1+G1). A identidade destas aflatoxinas foi confirmada usando-se ácido trifluoro acético. O 90th percentil foi 110,0 em 1995, 60,0 em 1996 e 118,0 µg. kg-1 em 1997. A concentração de aflatoxinas nas amostras de amendoim cru variou de 5,0 a 356,0 µg.kg-1 e 27,1% delas acima do limite. Quanto à contaminação por aflatoxinas nas amostras de doces de amendoim 32,8% delas estavam acima do limite e as concentrações variaram de 6,0 a 536,0 µg. kg-1. A contaminação nos amendoins salgados foi menos frequente, cerca de 10% das amostras e os níveis de toxina geralmente abaixo de 10,0 µg. kg-1, porém uma das amostras com cobertura ("amendoim japonês") apresentou 536,0 µg. kg-1. Comparando com os dados de incidência de 1980-1987 em amendoim e produtos de amendoim na cidade de São Paulo, quando 68,75% das amostras mostraram valores maiores que o limite permitido e o 90th percentil variou de 42,0 a 333,0 µg.kg-1, e de 1994 quando 36,0% das amostras mostraram resultados acima do limite e o 90th percentil foi 489,0 µg.kg-1, os resultados deste trabalho mostram que a contaminação por aflatoxinas está diminuindo. Entretanto, mostram também que a contaminação por aflatoxinas em amendoim continua um problema sério no Brasil mas que deve-se levar em conta não somente as condições climáticas (umidade e altas temperaturas) mas também as práticas de agricultura e as condições de estocagem.
One hundred and thirty seven samples of peanuts and peanut containing foods were collected in markets in the State of São Paulo, Brazil, between January 1995 an December 1997. Most of the samples were collected by the Inspection Service of São Paulo Secretary of Health. The foods included raw peanuts, peanut candies ("paçoca" and "pé de moleque"), peanut butter, fried/roasted salted peanuts, "torrone", chocolate coated peanuts and salt-coated peanuts. The samples were analyzed for aflatoxins using a thin-layer chromatographic method. About 45% of the samples were positive for aflatoxins and 27% exceeded the limits of the Brazilian legislation (30.0 µg.kg-1 for aflatoxins B1+G1). The aflatoxins were confirmed by derivatization with trifluoroacetic acid. The 90th percentile was 110.0 in 1995, 60.0 in 1996 and 118.0 µg.kg-1 in 1997. The aflatoxins concentration in the raw peanut samples ranged from 5.0 to 382.0 µg.kg-1 and 27.1% were above the legal limits. Contamination in peanut candies was above the limit in 32.8% of the samples and the aflatoxins levels ranged from 6.0 to 494.0 µg.kg-1. Contamination of salty peanuts was less frequent, around 10% of the samples and the toxin levels were usually below 10 µg.kg-1. The maximum level of contamination, 536.0 µg.kg-1, was found in a sample of peanut with a salty coat ("amendoim japonês"). Results of previous studies in peanuts and peanut products in the city of São Paulo from 1980-1987 had 68.75% of the samples with levels greater than the limit 30.0 µg.kg-1 and the 90th percentile ranged from 42.0 to 333.0 µg.kg-1. In 1994, 36.0% of the samples showed results above the limit and the 90th percentile was 489 µg.kg-1. The results show that aflatoxins contamination in peanuts is decreasing but it is still a serious problem in Brazil, a country where the climate, the agricultural practices and storage conditions favour fungal growth.